Tribunal retira pulseira eletrónica a arguido e vítima de violência doméstica diz estar “apavorada”

“Se até aqui, mesmo com pulseira, ele já me fazia a vida num inferno, a partir de agora temo muito pelo que possa vir a acontecer, a mim e à minha filha. Se calhar, vou ser mais uma para as estatísticas [das vítimas mortais de violência doméstica]”, disse a mulher.

Uma mulher de 45 anos diz estar “apavorada” depois de um juíz do Tribunal de Braga ter decidido retirar a pulseira eletrónica ao seu ex-companheiro, que a agrediu, durante 24 anos, até outubro de 2016.

Em causa está ter expirado o prazo para a aplicação desta medida de coação. "Se até aqui, mesmo com pulseira, ele já me fazia a vida num inferno, a partir de agora temo muito pelo que possa vir a acontecer, a mim e à minha filha. Se calhar, vou ser mais uma para as estatísticas [das vítimas mortais de violência doméstica] ", declarou a vítima à agência Lusa.

O advogado da mulher, João Magalhães, diz que a decisão do tribunal se deve a uma “falha processual”. "O prazo para a medida cautelar expirou, o Ministério Público não pediu outra e o tribunal teve de mandar retirar a pulseira", explicou.

João Magalhães já pediu a aplicação de uma nova medida de coação, a prisão preventiva, no entanto, até nova decisão, na visão do advogado “a vítima está completamente desprotegida”.