Membro fundador do Livre anuncia afastamento do partido no Twitter

“Hoje é um dia triste para mim”, escreveu.

Membro fundador do Livre anuncia afastamento do partido no Twitter

Miguel Dias, um dos membros fundadores do Livre, anunciou no Twitter que estava de saída do partido, explicando que o motivo não estava relacionado com o conteúdo ideológico, que era antes uma questão de “postura política” na qual não se revia.

"Não foi uma decisão fácil nem leviana. É emocionalmente complexa a decisão de abandonar o LIVRE, partido que ajudei a fundar e ao qual dediquei 6 anos da minha vida. As razões para a minha saída foram explicadas internamente", lê-se num dos posts de Miguel Dias, publicados já na terça-feira.

“Hoje é um dia triste para mim. E equacionei se deveria tornar pública esta minha decisão. Mas por saber que muitos e muitas de vocês me ligam ao LIVRE achei importante fazer este anúncio”, escreveu ainda.

Miguel Dias fez ainda questão de explicar o seu afastamento do Livre. “Posso adiantar que não estão relacionadas com o conteúdo, pois os meus valores ideológicos e as ideias politicas continuam a condizer em larga medida com o defendido com o partido. Antes com uma questão de forma e de postura política na qual não me revejo”.

Sublinhe-se que a saída de Miguel Dias surge poucos dias depois de ter estalado a polémica sobre os desentendimentos internos no Livre, entre Joacine Katar Moreira, a deputada única do partido, e a direção.

Os desentendimentos tornaram-se públicos após a deputada ter-se abstido de um voto de condenação de “uma agressão israelita” em Gaza. De sublinhar que o tema da Palestina é uma das causas mais importantes do Livre, segundo o próprio partido.

O partido fundado por Rui Tavares criticou publicamente o sentido de voto de Joacine e daí até à troca de acusações de falta de lealdade de uns e falta de solidariedade de outros foi um instante.

Esta terça-feira, o complicado enredo ganhou novos contornos com o assessor da deputada única a pedir a um elemento da GNR para a escoltar, evitando assim responder a perguntas de jornalistas.

O episódio levou o presidente da Assembleia da República a pedir esclarecimentos sobre a situação. Pouco depois chegava a clarificação de que os militares só devem agir em causa da segurança de um deputado estar em causa, o que também foi explicado não ter sido o caso.

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