Iniciativa Liberal não quer que médicos recém-formados sejam obrigados a fixar-se no SNS

“Depois de amarrar os utentes às filas de espera, o Governo pretende agora agrilhoar os médicos ao serviço público” escreve João Cotrim de Figueiredo, deputado único do partido.

O Iniciativa Liberal (IL) considerou “absolutamente inaceitável” a intenção do Ministério da Saúde em fixar os jovens que terminam a especialidade no Serviço Nacional de Saúde (SNS). "Não se pode tolerar, portanto, a ameaça desta medida de espírito inconstitucional de limitação do direito de um cidadão escolher livremente o seu local de trabalho", lê-se num projeto de resolução do IL.

Os liberais recomendam ao Governo a não implementação desta medida, já que, segundo o documento, esta limita o direito à escolha livre de cada um destes profissionais. "Os médicos (incluindo os que trabalham no setor público) têm tantos direitos como os restantes cidadãos. Depois de amarrar os utentes às filas de espera, o Governo pretende agora agrilhoar os médicos ao serviço público" escreve João Cotrim de Figueiredo, deputado único do IL.

O Iniciativa Liberal defende que “o socialismo não consegue criar riqueza suficiente para garantir as condições necessárias de atividade para os médicos ficarem no SNS” e que, por isso, a solução recorre aos “mesmos métodos de sempre dos socialistas”. João Cotrim de Figueiredo acrescenta ainda que o governo socialista está, desta forma, a tentar impor a “força autoritária do estado (…) para encontrar uma solução para os problemas que o próprio socialismo criou”.

O deputado alerta ainda para o facto de não ser a “enclausurar os jovens” que o sistema se vai tornar mais “atrativo”, e “não é, também, através de uma justificação de relação financeira, visto que, em média, os médicos pagam o valor do seu curso em poucos anos de trabalho, através do pagamento de impostos".

A posição da Associação Nacional de Estudantes de Medicina vai ao encontro do documento a que a agência Lusa teve acesso, tendo Vasco Mendes, o presidente da associação, defendido que “não seria compreensível que obrigassem os médicos a ficar no serviço público só porque pretendem finalizar a sua formação".

Para esta quinta-feira está marcado, no plenário da Assembleia da República, uma interpelação do PSD sobre a "situação de saúde em Portugal", com presença obrigatória do Executivo.