CP assina contrato público e recebe 20 milhões em 2020

Acordo com o Estado tem a duração de dez anos e define obrigações que empresa tem de cumprir para receber novas verbas.

A CP – Comboios de Portugal assinou, esta quinta-feira, pela primeira vez na sua história, um contrato público com o Estado que lhe garante, logo no primeiro ano, o pagamento de compensações no valor de 90 milhões de euros. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, António Costa, que garantiu este pagamento já em 2020. O contrato agora assinado tem a duração de dez anos e define obrigações de serviço público que a CP terá de prestar durante este período. A compensação financeira, porém, apenas está fixada para o primeiro ano, uma vez que a transferência de novas verbas será determina pelo cumprimento de indicadores operacionais quantificáveis, como, por exemplo, a regularidade e fiabilidade em todos os serviços da CP: suburbanos, regionais e longa distância. De acordo com o documento, a atribuição de apoio financeiro por parte do Estado será definido de “forma objetiva, clara e transparente”, e apurado anualmente.

António Costa destacou o investimento que o Governo tem efetuado na ferrovia, considerando que esta é uma grande oportunidade para a empresa se assumir como o motor de uma área de competência industrial “na manutenção e na produção de material circulante”, acrescentando, ainda assim, que ainda “temos muito caminho pela frente”.

O presidente da CP, Nuno Freitas, anunciou, na cerimónia, que a empresa está a recuperar oito comboios para operarem nas linhas suburbanas de Lisboa, a partir do início do próximo ano. Este investimento significa um aumento de 13% do parque operacional da CP e representa um custo avaliado em cerca de 70 milhões de euros.

Na quarta-feira, Nuno Freitas já havia referido que a CP precisaria entre 200 a 250 novos comboios, nos próximos 20 anos, sem levar em consideração o aumento da procura exponencial que já se tem vindo a verificar.

O líder da CP, que falava na abertura dos PFP Days 2019, um evento organizado pela PFP – Associação da Plataforma Ferroviária Portuguesa, destacou os objetivos atuais da empresa, desejando “fazer bem as coisas simples, regressar à base”, colocando o conforto das composições e o cumprimento de horários no topo das prioridades.