Edenred diz que vírus não pôs em causa os dados dos clientes

Clientes estiveram oito dias sem poder utilizar a aplicação. Em Portugal são 500 mil os utilizadores

Se tem, por exemplo, um cartão refeição da Edenred e na semana passada não conseguiu aceder ao portal da empresa nem à aplicação não estranhe, é que houve um ataque de malware à sua rede informática, ou seja, a empresa foi alvo de um vírus. O ataque deu-se a 21 de novembro e só em Portugal foram afetadas mais de 500 mil pessoas. A empresa garante, no entanto, que do que conhece até ao momento os dados dos clientes não foram comprometidos.

 Segundo fonte oficial da empresa, “a Edenred foi infetada por esse vírus em todos os países onde está presente, pelo que esteve a tentar recuperar o mais rapidamente possível para repor a normalidade dos serviços e causar o mínimo de constrangimentos”. Informa ainda que atualmente tem “equipas dedicadas internamente a tentar resolver o problema” e as suas equipas de IT, não só em Portugal como em todo o mundo, “estão a colaborar com alguns especialistas neste tipo de vírus para entender a sua origem”.

Num comunicado, a Edenred Portugal informa que “a rápida recuperação das operações da Edenred foi possível graças às medidas de precaução, tomadas imediatamente após o ataque, que incluíram a desconexão de sistemas, para proteger as actividades do negócio e as operações de clientes”.

A Edenred é uma empresa francesa especializada em serviços corporativos pré-pagos. Atualmente conta com cerca de 50 milhões de utilizadores em 46 países. Em Portugal, são mais de 500 mil pessoas a usufruir dos seus serviços. Em 2018, o grupo Edenred geriu 2,5 mil milhões de transações de pagamento, representando quase 30 mil milhões de euros em volume de negócios.

Apesar do vírus, a mesma fonte da empresa informa que “não há até ao momento evidências que sugiram o acesso ou roubo de dados pessoais de qualquer tipo dos [seus] clientes”, tal como não foram encontrados quaisquer “sinais de contaminação ou propagação do malware para clientes da Edenred”. Para tal foram realizadas “análises minuciosas, apoiadas por peritos forenses, técnicos especializados e investigadores líderes do setor, quer a nível nacional ou internacional”.

De notar que os constrangimentos sentidos se concentraram na aplicação da Edenred – onde os clientes podem fazer várias ações como consultar o saldo ou até mesmo reservar restaurantes – e no portal da empresa. Quanto ao suporte físico, ou seja, o cartão para realizar transações, esse continuou a funcionar normalmente.