Portugal está a cometer “erro histórico” ao acolher marroquinos que desembarcaram no Algarve, diz Ventura

Declarações do líder do Chega

O Chega considera “incompreensível” que o Governo português acolha o grupo de jovens marroquinos que desembarcou numa praia do Algarve esta quarta-feira e considera que o Executivo liderado por António Costa está a repetir “erros de segurança interna”.

“Marrocos está em guerra ou é um Estado que persegue políticos para que seja concedido asilo a estes migrantes? Esta é a pergunta que tem de ser feita. Estamos a banalizar a figura do asilo para promover a imigração ilegal”, disse André Ventura ao i.

Em causa está a decisão do Governo de dar asilo aos oito marroquinos que desembarcaram em Monte Gordo. “Ao abrigo do quadro de proteção internacional aplicado noutros casos de estrangeiros resgatados no Mediterrâneo, Portugal vai acolher os oito jovens que, esta quarta-feira, desembarcaram numa praia do Algarve, depois de estes terem requerido esta madrugada esse estatuto de proteção”, lê-se no comunicado emitido hoje pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

O mesmo organismo refere que “será assegurado e registado o seu pedido [estatuto de proteção], e ser-lhes-á providenciada documentação que comprova o período de análise, para que, durante esse tempo, lhes possa ser garantida assistência médica, educação, alojamento e meios de subsistência”.

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O líder do Chega considera que Portugal está a cometer “um erro de proporções históricas” que pode “desviar os fluxos migratórios do mediterrâneo para o nosso país”.

“Em primeiro lugar, achamos estranho que o Governo português esteja sequer disponível para acolher imigração ilegal oriunda de Marrocos, sob a capa da proteção humanitária internacional, quando nada da situação política, social ou conflito bélico deste país representa riscos para a sua população. Mais ainda, tendo em consideração que tal reconhecimento de asilo político põe até em causa as boas relações internacionais que mantemos com o reino de Marrocos e no qual mantemos o reconhecimento intrínseco como um Estado respeitador dos Direitos Humanos”, diz André Ventura ao i.

Ventura lembra que Portugal concedeu asilo “a dois indivíduos também provenientes de Marrocos, exatamente sob o mesmo pretexto de proteção internacional, acabando estes por serem detidos em França sob a acusação de associação ao terrorismo internacional do grupo Estado Islâmico enquanto planeavam atentados em solo francês. Recordando que um dos indivíduos que também alegava perseguição em Marrocos, depois de receber o estatuto de asilado e todos os apoios sociais do Estado português, dedicou-se ao recrutamento de outros refugiados para a causa Jihadista”.

“Achamos incompreensível assim, que este Governo esteja novamente disponível para repetir erros, que representam não só uma afronta ao Estado Marroquino, como uma repetição flagrante dos mesmos erros de segurança interna que levaram a que terroristas internacionais pudessem ter permanecido em Portugal a receber subsídios da Segurança Social. Exigimos assim uma explicação cabal por parte deste Governo em relação às notícias vinculadas”, diz ao i.