BCE mantém taxas de juro e investimentos na estreia de Christine Lagarde

Previsão de crescimento na zona euro foi revista para 1,1%. PIB dos países do euro sobe 1,2%.

O Banco Central Europeu (BCE) foi fraco em novidades no final da sua primeira reunião de política monetária presidida pela francesa Christine Lagarde, líder da instituição que à frente do organismo desde 1 de novembro. O BCE anunciou que pretende manter as taxas de juro nos níveis mínimos históricos atuais, até que a inflação se aproxime de forma robusta dos 2%, e reforçou ainda a intenção de prosseguir o programa de compra de dívida pública e outros ativos, relançado no mês anterior, e que prevê um investimento da instituição no valor de 20 mil milhões de euros ao mês.

Em comunicado, o BCE anunciou que “decidiu que a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0%, 0,25% e −0,50%, respetivamente. O conselho do BCE espera que as taxas de juro se mantenham nos níveis atuais ou em níveis inferiores até observar que as perspetivas de inflação estão a convergir de forma robusta”.

As compras líquidas de ativos também vão continuar. O BCE espera que “estas aquisições decorram enquanto for necessário para reforçar o impacto acomodatício das taxas diretoras e que cessem pouco antes de começar a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE.” “O conselho do BCE pretende continuar a reinvestir, na totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos no âmbito do APP (asset purchase programme) durante um período prolongado após a data em que comece a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE e, em qualquer caso, enquanto for necessário para manter condições de liquidez favoráveis e um nível amplo de acomodação monetária”, lê-se na nota.

Na conferência de imprensa após a reunião, Lagarde cortou ligeiramente a projeção de crescimento da economia da zona euro para 1,1%, face aos 1,2% previstos em setembro. O_BCE está mais otimista sobre a subida do PIB dos países da moeda única, apontando para uma subida de 1,2%. Já para 2020 e 2021, as estimativas apontam para um crescimento da economia de 1,4%.