UGT considera Orçamento “miserabilista e pouco ambicioso”

“Não conseguimos entender que o OE não tenha efetivamente um valor para aumentos salariais depois de dez anos ininterruptos sem aumentos salariais para a administração pública”, afirmou.

O secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT) considerou, esta terça-feira, que a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2020 ficou “muito aquém” das “necessidades que o senhor primeiro-ministro determinou como prioritárias, que era a valorização dos salários em Portugal”.

Contactado pela agência Lusa, Carlos Silva esclareceu ainda que o documento – entregue na segunda-feira à noite e apresentado esta manhã – não corresponde às expectativas dos trabalhadores e que o poder de compra das pessoas vai ficar diminuído.

“Não conseguimos entender que o OE não tenha efetivamente um valor para aumentos salariais depois de dez anos ininterruptos sem aumentos salariais para a administração pública", afirmou, em declarações à agência noticiosa.

O dirigente sindical classificou ainda o documento como “miserabilista e pouco ambicioso”, e explicou que “não basta olhar para o Orçamento do ponto de vista macroeconómico”. Apesar de reconhecer que o documento vai ao encontro das expectativas e exigências europeias, Carlos Silva não deixa de questionar se “os portugueses não mereciam após tantos anos de austeridade e sacrifícios algo mais do que os miseráveis 0,3%".

No que diz respeito ao IRS, o dirigente garante que as alterações feitas "até trazem uma penalização, o que significa que o poder de compra dos trabalhadores em vez de aumentar, diminui”.

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