Mulher que tentou raptar recém-nascida no Porto fica em prisão domiciliária

A mulher terá ainda que pagar mil euros a cada um dos progenitores da criança.

O Tribunal de São João Novo, no Porto, condenou, esta quinta-feira, a mulher que tentou raptar uma recém-nascida a dois anos e meio de prisão domiciliária. A tentativa de rapto aconteceu no Hospital São João em fevereiro deste ano. A mulher de 48 anos foi ainda condenada a pagar mil euros a cada um dos pais da criança, segundo o jornal Correio da Manhã.

Durante a leitura do acórdão, a presidente do coletivo de juízes terá especificado, segundo a mesma publicação, que desta pena é descontado o tempo de prisão domiciliária de nove meses que a mulher já cumpriu.

 A magistrada terá ainda dito que “resultaram provados todos os factos constantes da acusação” e, dirigindo-se à arguida, terá dito que o seu comportamento foi “inexplicável”. Além disso, a juíza salientou que a mulher de 48 anos “não mostrou nenhum arrependimento nem pediu desculpa”.

Segundo a investigação, a mulher terá simulado uma gravidez e tentado sequestrar a recém-nascida com o objetivo de “retomar a relação amorosa que anteriormente mantinha”.

O acórdão, citado pela mesma publicação, refere que a mulher terá entrado no hospital “de forma não apurada e não autorizada”, por volta das 19h do dia 2 de fevereiro. Para poder circular pelo hospital sem levantar suspeitas “decidiu identificar-se como médica, vestindo para o efeito uma bata descartável azul e colocando um estetoscópio ao pescoço”.

A mulher terá ainda feito, pelo menos, duas montagens de ecografias de um feto, “onde introduziu um cabeçalho falso com o seu nome”. No mês anterior à tentativa de rapto, a mulher contactou o ex-companheiro e contou-lhe que a filha já tinha nascido, e que se iria chamar Vitória. "A arguida sabia que não tinha estado grávida, nem tinha tido nenhum bebé, mas, querendo manter a relação […] e a história que tinha forjado, decidiu então 'arranjar' um bebé", explica a acusação.

Recorde-se que a mulher conseguiu mesmo chegar à recém-nascida. Ainda foi interpelada por uma auxiliar de ação médica, a quem disse que estava à espera de um processo de uma grávida.

Depois de pedir para pegar na bebé ao colo o pai entrou no quarto e terá desconfiado do comportamento da mulher que, percebendo que poderia ser apanhada, entregou a criança a outro familiar que estava presente. O pai da criança acabou por alertar as autoridades e um funcionário do hospital acabou por travar a mulher.