EDP. Centrais a carvão cortam lucro em 200 milhões

A informação foi avançada no mesmo dia em que a empresa revelou que vendeu seis barragens ao consórcio liderado Engie

 A EDP revelou que o impacto da aceleração do processo de transição energética na rentabilidade das centrais a carvão na Península Ibérica. A menor competitividade destes ativos tem um custo extraordinário de 300 milhões de euros, o que corresponde a um impacto negativo de 200 milhões nos lucros, segundo as contas da empresa.

“A competitividade destes ativos é penalizada pelo aumento do preço das licenças de emissões de CO2, a redução dos preços do gás, assim como a perspetiva de aceleração do crescimento da capacidade instalada de energias renováveis”, anunciou a elétrica. Ao mesmo tempo, a empresa prevê “a manutenção de uma elevada carga fiscal sobre estes ativos, bem como uma vontade política de antecipação dos prazos de encerramento destas centrais”. Em linha com os objetivos de neutralidade carbónica, o Governo quer encerrar as duas centrais termoelétricas, Pego e Sines, entre 2022 e 2030.

No entanto, a empresa liderada por António Mexia esclarece que o “impacto final está sujeito a aprovação pelos auditores externos”, alertando que “este custo contabilístico extraordinário, sendo neutral ao nível do cash flow e dívida líquida de 2019, não terá qualquer impacto na política de dividendos anunciada em março de 2019, que definiu em 0,19 euros por ação o montante mínimo do dividendo anual durante o período 2019-2022″, acrescenta.

A informação foi avançada no mesmo dia em que a empresa revelou que vendeu seis barragens ao consórcio liderado Engie, um negócio de 2,2 mil milhões de euros. O consórcio conta com a Engie, que detém 40%, o Crédit Agricole Assurances (35%) e a Mirova – do grupo Natixis (25%).Trata-se de seis centrais hídricas: três centrais de fio de água (Miranda, Bemposta e Picote) e três centrais de albufeira com bombagem (Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro).