Montepio. Plano e orçamento para 2020 aprovado por maioria

Reunião magna após saída de Tomás Correia revelou unanimidade em torno das metas para 2020. Novos estatutos prometem marcar o ano.

Cerca de 200 associados aprovaram, por larga maioria, o programa de ação e orçamento para 2020 da Associação Mutualista Montepio Geral. A reunião, que decorreu na sede da mutualista, em Lisboa, e se prolongou até ao início do último dia do ano, terminou com os votos favoráveis às propostas apresentadas de 98% dos presentes.

Esta foi a primeira reunião magna após a saída de Tomás Correia da presidência da mutualista, depois de ter ocupado o cargo durante 11 anos. Virgílio Lima, ex-administrador, estreou-se na liderança da entidade perante os associados.

O plano de ação e orçamento aprovado prevê que as receitas associativas desçam dos 658 para os 456 milhões de euros, uma quebra de 30,7% face a 2019. Segundo os documentos apresentados, estimam-se ainda receitas líquidas de 5,4 milhões de euros, o que representa um aumento em relação aos dois milhões de euros previstos para 2019. Um dos grandes objetivos para 2020 da Associação Mutualista Montepio Geral passa pelo aumento de associados: a meta é somar mais 10 mil associados até ao final deste ano.

Apesar da aprovação plano de ação e orçamento, a reunião ficou marcada pelos alertas deixados pelo Conselho Fiscal em relação às estimativas indicadas. Numa nota publicada no site da entidade, o órgão refere que “frequentemente os acontecimentos futuros não ocorrem de forma esperada, pelo que os resultados reais poderão vir a ser diferentes dos previstos e as variações poderão vir a ser materialmente relevantes”. A apreciação do Conselho Fiscal baseia-se, sobretudo, no facto de, em 2019, se ter registado “uma muito baixa taxa de execução das medidas tendentes ao alargamento da oferta de modalidades mutualistas no tocante a novas finalidades e modelos de proteção e solvência social”.

A Associação Mutualista Montepio Geral conta com cerca de 600 mil associados e detém o Banco Montepio.

novos estatutos em 2020 O ano de 2020 vai ser marcado pela discussão em torno dos novos estatutos da associação, que, neste momento, se mantêm em avaliação pelo Ministério de Trabalho e da Segurança Social – e têm vindo a ser contestados por vários associados. Estes estatutos preveem a criação de uma assembleia de representantes, que vai alterar, de forma significativa, o funcionamento da mutualista. O novo órgão terá o poder de aprovar e alterar estatutos, como também de fixar a remuneração dos membros dos órgãos sociais, aprovar contas e ainda fiscalizar os órgãos sociais, – entre outras competências, tais como avaliar a estratégia da associação. A assembleia de representantes será composta por 30 membros – dos quais 15 têm de ser associados há mais de dez anos e outros 15 há menos –, e cuja lista terá de contar com 500 assinaturas. Cada lista terá de reunir cerca de 50 elementos (presidente, secretário e dois suplentes e ainda vários representantes). Com esta estrutura, deixarão de existir as atuais assembleias-gerais.