Faleceu John Baldessari, um dos mais influentes nomes da arte contemporânea

Morreu este sábado o artista conceptual norte-americano John Baldessari, um dos nomes mais importantes da arte contemporânea com fortes ligações a Portugal

John Anthony Baldessari nasceu a 17 de julho de 1931 em National City, na Califórnia, estado onde ainda vivia atualmente.

Licenciou-se em História da Arte pela Universidade de San Diego e prosseguiu a carreira como professor enquanto, paralelamente, continuava o seu trabalho enquanto artista. Apesar de ter começado a dar aulas em 1959, foi em 1970, na California Institute of the Arts que lecionou nomes que se viriam a tornar bastante influentes no mundo das artes como David Salle, Jack Goldstein, Mike Kelley, Ken Feingold, Tony Oursler, James Welling, Barbara Bloom, Matt Mullican, ou Troy Brauntuch.

Os seus primeiros trabalhos nasceram da fotografia e do texto, onde se destacava a utilização do humor, que se viria a tornar bastante presente na sua obra, usando uma linguagem que por vezes podia ser descrita como non-sense

A sua ligação a Portugal era bastante forte, sendo, em Portugal, representado pela galerista Cristina Guerra, que expôs na sua galeria por duas vezes (nos anos 2006 e 2009).

No entanto, a sua primeira mostra em Lisboa aconteceu no Centro Cultural de Belém, em 2004, uma exposição com curadoria de Delfim Sardo para um projeto com Julião Sarmento e Lawrence Weiner. Foi depois desta colaboração que Baldessari pediu à galerista para expor os seus trabalhos na sua galeria.

"Na altura senti que um Cadillac estava a tentar entrar dentro de um Mini!", disse a galerista ao jornal Público, que contou que foi o artista que lhe disse que queria trabalhar com ela. "Respondi-lhe que ele era grande, tão grande que não tinha a certeza de poder responder-lhe às expectativas”, ao que respondeu: “Sim, sou grande”.

Baldessari era um dos nomes maiores da arte contemporânea e deixa uma extensa obra gráfica, performances e filmes. Um dos seus trabalhos mais conhecidos era Unrealised Proposal for Cadavre Piece, onde os espectadores seriam convidados a espreitar por uma fissura para ver um autêntico cadáver de homem preservado numa câmara frigorífica. A performance nunca se realizou, contudo a documentação que resultou das várias tentativas para se concretizar foi exposta no Festival Internacional de Manchester de 2011.

O seu trabalho continua representado em colecções de alguns dos mais importantes museus mundiais, nomeadamente, o MoMA, e. em Portugal, faz parte de colecções do Museu de Arte Contemporânea de Serralves e do Museu Berardo.