Isabel dos Santos acusa João Lourenço de fechar contratos sem licitação

Segundo a empresária, estes contratos rondam os três mil milhões de euros.

Isabel dos Santos acusou o atual presidente de Angola, João Lourenço, de ter fechado mais de 50 contratos desde 2017 sem licitação, conduzindo assim a uma “escolha seletiva” na luta contra a corrupção. As declarações da empresária angolana foram feitas numa entrevista ao jornal Voz da América (VOA) e garante que esses contratos que foram celebrados rondam os três mil milhões de euros. “Penso que o presidente João Lourenço fez uma escolha seletiva para a sua luta contra a corrupção. Eu apoio o combate à corrupção, mas o que condeno é a forma seletiva que escolheu apenas para suportar a sua campanha”, disse ainda a empresária. 

Esta é mais uma das reações de Isabel dos Santos depois de o Tribunal Provincial de Luanda ter decretado o arresto preventivo de contas bancárias pessoais da empresária, do marido, Sindika Dokolo, e do português Mário da Silva, além de nove empresas nas quais a filha do antigo presidente detém participações sociais.

Também o diretor da consultora EXX Africa considerou que o principal objetivo da ação judicial contra Isabel dos Santos é tornar os ativos ingeríreis e forçar a empresária a abandonar os negócios em Angola. Mas as críticas do analista não ficam por aqui. O timing do arresto também é posto em causa. Robert Besseling disse estar “particularmente interessado na escolha da véspera de fim de ano para a divulgação do congelamento dos bens”, garantiu à Lusa. E lembrou: “Parece que a decisão legal foi anunciada para criar o máximo impacto mediático e adicionar pressão na família dos Santos para se afastar do investimento em Angola”, concluiu o analista.