Tribunal brasileiro ordena retirada de episódio polémico da Porta dos Fundos da Netflix

Cada dia que a Netflix tiver o especial de Natal disponível deve pagar uma multa de 150 mil reais (33 mil euros) por cada dia.

Depois da polémica gerada pelo lançamento da paródia da Porta dos Fundos, “O Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo”, lançada este Natal, na Netflix, junto de vários grupos religiosos no Brasil, um tribunal brasileiro ordenou que o filme fosse retirado da plataforma de streaming, esta terça-feira, dia 7.

A queixa foi apresentada pela Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, uma entidade conservadora católica e o desembargador Benedicto Abicair, da 6.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu a favor do grupo religioso. “Retirar o programa é o mais adequado e benéfico, não só para a comunidade cristã, mas para a sociedade brasileira, maioritariamente cristã”, explicou o desembargador, citado pela revista brasileira Veja. 

Benedicto Abicair ordenou ainda que, por cada dia que a Netflix mantenha a paródia deve pagar uma multa de 150 mil reais (33 mil euros) por cada dia. Na visão do desembargador, a paródia da Porta dos Fundos “configura um ato de intolerância religiosa e um discurso de ódio, ao retratar, na véspera de Natal, Jesus Cristo como um homossexual pueril, namorado de Lúcifer, Maria como uma adúltera desbocada e José como um idiota traído por Deus”.

Recorde-se que na véspera de Natal, a sede da Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, foi atacada por um grupo de extrema-direita.

Até ao momento, o vídeo continua disponível na Netflix e a plataforma de streaming ainda não se pronunciou sobre a decisão do tribunal brasileiro.