TDT. Anacom tem queixas de tentativas de manipulação

Regulador diz que houve vários clientes que foram abordados com a ideia que iriam deixar de ver TDT e que tinham de passar para TV paga.

 O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) garantiu que há queixas de pessoas que foram abordadas com a informação de que iriam deixar de ver TDT e tinham de passar para a televisão paga. “Queremos que no fim do processo ninguém deixe de ver televisão”, disse Cadete de Matos, salientando que o regulador também pretende evitar qualquer tipo de situação de manipulação dos consumidores, nomeadamente a ideia de que têm de mudar para a televisão paga.

“Isso está a acontecer, é uma situação que estamos a fazer o diagnóstico, é uma situação que do nosso ponto de vista é inadmissível”, afirmou João Cadete de Matos.

Neste momento, o regulador está “na fase de saber que queixas é que tem havido”, quando questionado sobre o número de casos reportados, adiantando que depois do diagnóstico “irá agir” em conformidade.

Migração TDT

Em relação à operação do projeto-piloto para a migração da faixa 700 MHz da televisão digital terrestre (TDT), que decorreu em Odivelas no final de novembro, a Anacom garante que “correu muito bem”, adiantando que o início do arranque da mudança de frequência começa no sul em 7 de fevereiro.

Recorde-se que a migração desta faixa é crucial para o desenvolvimento da quinta geração móvel (5G), que arranca em meados deste ano em Portugal e está a cargo das equipas da Altice, operadora que gere a TDT. Cadete de Matos adiantou ainda que a Anacom vai enviar uma carta a explicar o processo “para todas as pessoas residentes em Portugal, à medida que o processo for decorrendo”.

Ao mesmo tempo, o regulador garantiu que vai apresentar em breve dois estudos sobre os preços das telecomunicações em Portugal e sobre a qualidade das redes. “O objetivo é clarificar as dúvidas criadas em torno dos preços em Portugal e a respetiva comparação com outros países”, lembrando que um dos principais objetivos é assegurar que há uma oferta competitiva e com preços que não sejam elevados para o consumidor. Mas lembrou que que defende “preços equilibrados”.