Rui Rio, uma força da natureza

Os militantes do PSD que pagaram individualmente as suas quotas, e esta será a eleição direta mais transparente que alguma vez o PSD teve, são confrontados este sábado com uma opção: quem é capaz de melhor servir Portugal nos próximos dois anos? 

«Provavelmente terá de entrar numa batalha mais de uma vez para vencê-la».

Margaret Thatcher

Há dois anos, quando o presidente do PSD me convidou para integrar a Comissão Política Nacional, aceitei esse honroso convite, porque acredito na sua postura séria e frontal de fazer política. Rui Rio é uma força da natureza, não só pelo espírito autêntico de dedicação à causa pública ou pela integridade que rege a sua vida, mas também pela energia rara e inesgotável para superar obstáculos e para defender as suas convicções, mesmo que sejam impopulares ou desaconselhadas por comentadores ou consultores.

Há muita história, que se fez durante estes últimos dois anos, e à qual estou também intimamente ligada, que se os militantes conhecessem, confirmariam que Rui Rio é, atualmente, um maratonista a correr por Portugal. 

As eleições de legislativas mostraram uma recuperação do PSD face aos anteriores atos eleitorais, quando chegou a patamares preocupantes nos principais centros urbanos. É certo que não se conseguiram vencer as eleições de outubro, mas 1,5 milhão de portugueses mostraram que confiam no projeto do Presidente do Partido. 

Uma coisa os analistas e politólogos têm a honestidade de admitir: Rui Rio é diferente dos políticos matreiros que estamos habituados, e graças à sua estratégia o PSD inverteu um ciclo de afastamento dos eleitores. Não basta ganhar eleições, como aconteceu em 2015, é preciso regressar à matriz originária do PSD, um partido que responde aos anseios da classe média, para que Portugal volte a ter um primeiro-ministro social-democrata e reformista. Caráter e coragem são duas qualidades que escasseiam nas pessoas em geral e na política em particular. Rui Rio tem estes dois atributos e, ainda, um terceiro: é um homem com sentido de Estado de que o PSD e Portugal precisam.

O líder da oposição em Portugal tem provavelmente a missão mais ingrata que se possa imaginar. Além do sacrifício pessoal e familiar, há uma sujeição a um escrutínio, numa era informativa vertiginosa, muitas vezes na ausência de uma reflexão ponderada e do contraditório tão necessário. É muito fácil julgar sem antes conhecer todos os factos. É demasiado simples ripostar sem ouvir os argumentos da contraparte. Mais ainda, tratando-se o PSD um partido triturador de lideranças, leva tempo a impor uma orientação com uma agenda mobilizadora, com propostas pensadas e que possam merecer a confiança dos eleitores sempre no princípio: primeiro Portugal e depois o Partido. 

No plano interno, a dinamização do PSD, através da constituição do Conselho Estratégico Nacional, sob a magnífica orientação do Prof. David Justino, tem o selo do Presidente do Partido. 

O CEN, tem produzido trabalhos notáveis que rasgam com a forma clássica de fazer política e de pensar Portugal. São apresentadas soluções para a natalidade e a política para a infância, a saúde, o ensino superior, o ambiente, a energia, a agricultura e floresta, o desenvolvimento tecnológico, o digital e a inteligência artificial, o sistema político, a despesa pública, os fundos estruturais e a União Económica e Monetária. Todos esses trabalhos resultam de centenas de horas e da participação de muitos militantes e independentes, destacados ou anónimos, que quiseram apresentar contributos para a melhoria de sectores-chave da governação.

A atual direção prossegue um esforço de racionalização e consolidação financeiras, de redução do passivo, que hoje se cifra nos 9 milhões de euros contra os 14,4 milhões de euros em fevereiro de 2018. Não adianta pregarmos rigor e controlo das contas públicas para o país se o PSD não for coerente com o que faz internamente.  

Os militantes do PSD que pagaram individualmente as suas quotas, e esta será a eleição direta mais transparente que alguma vez o PSD teve, são confrontados este sábado com uma opção: quem é capaz de melhor servir Portugal nos próximos dois anos? 

Há escolhas que não me suscitam qualquer dúvida ou hesitação. Tenho estado com Rui Rio, uma força da natureza, desde o início do seu mandato como Presidente do PSD, e é com ele que estarei até ao último dia da sua governação!

Isabel Meirelles

Vice-presidente do PSD e Deputada à Assembleia da República