Nissan quer terminar aliança com a Renault

Empresa japonesa quer seguir caminho sozinha ou com outro parceiro. Fuga de Carlos Ghosn para o Líbano foi a “gota de água” numa relação difícil.

A Nissan está a envidar esforços para se separar da Renault, quebrando, desta forma, uma aliança com cerca de 20 anos. A noticia é avançada esta segunda-feira pelo Financial Times que dá como razão principal para esta decisão o recente período atribulado na sequência das várias acusações contra o ex-presidente de ambas as empresas, Carlos Ghosn – suspeito de ter ocultado remunerações na ordem dos 44 milhões de euros e de cometer fraude fiscal – que recentemente fugiu para o Líbano.

Segundo o jornal britânico, a relação entre as duas empresas é considerada “tóxica”, há vários anos, e é intenção da Nissan cortar relações com a Renault por considerar que a marca francesa é, neste momento, “um empecilho” para o desenvolvimento da empresa japonesa. No entanto, o presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, anunciou recentemente no mesmo jornal que prevê apresentar, muito em breve, novos projetos para esta aliança.

A confirmar-se esta separação, Nissan e Renault passam a desenvolver, com total autonomia, as suas actividades nas áreas de engenharia e fabricação, estando ainda previstas alterações nos quadros de pessoal das duas empresas. A possibilidade de existirem outras alianças no futuro envolvendo as marcas é uma hipótese em cima da mesa, de acordo com o Financial Times.