Renault nega notícias sobre o fim da aliança com Nissan

Jean-Dominique Senard, presidente interino da marca francesa, diz querer avançar “na direção certa”.

“A aliança Renault-Nissan não está morta. Vamos demonstrá-lo em breve”. A declaração de Jean-Dominique Senard, presidente interino da Renault, em entrevista ao jornal belga L’Echo, foi a primeira reação oficial aos rumores, surgidos nas últimas horas, que dão conta da intenção da japonesa Nissan em terminar, definitivamente, com a aliança que mantém com a marca francesa, há duas décadas. 

A notícia foi avançada na segunda-feira pelo Financial Times, que justifica a decisão com o mal-estar provocado  pelo caso que envolve Carlos Ghosn. Recorde-se que Ghosn era, até há bem pouco tempo, presidente das duas marcas, mas foi afastado do cargo na sequência de acusações por suspeitas de ocultação de remunerações na ordem dos 44 milhões de euros e de cometer fraude fiscal. Detido no Japão, o ex-gestor aproveitou a alteração da medida de coação imputada para prisão domiciliária, protagonizando uma espetacular fuga, através de comboio e aviões privados, que o levou até ao Líbano. Em Trípoli, Carlos Ghosn negou as culpas que lhe são apontadas e acusou a própria Nissan e a Justiça nipónica de perseguição.

Na entrevista ao jornal belga, Jean-Dominique Senard garantiu que o cenário de uma alegada quebra da parceria entre Nissan e Renault “não tem conexão com a realidade”, prometendo mais novidades para o futuro. Senard disse que, neste momento, existe um “entendimento cordial” entre os dirigentes dos grupos Renault, Nissan e Mitsubishi Motors, tendo em vista os projetos que se seguem, apenas acrescentando que o objetivo é fazer avançar “a aliança na direção certa”. “Nenhum líder dos nossos três grupos duvida da utilidade fundamental da aliança“, concluiu.