“Sabiam que é facílimo traficar crianças na Europa? É canja. E é escandaloso”

Psicóloga contou episódio que se passou consigo e com o seu filho adotivo, na última viagem que fez.

Joana Amaral Dias utilizou, esta sexta-feira, as redes sociais para falar sobre um episódio que aconteceu consigo e com o seu filho adotivo, de dois anos. A antiga deputada considera que é “facílimo traficar crianças na Europa”, depois de viajar com a criança para fora Espaço Schengen sem que lhe fosse pedido qualquer documento que a identificasse como a tutora legal do menino.

“Sabiam que é facílimo traficar crianças na Europa? É canja. E é escandaloso. Certamente que todos já ouviram falar sobre este crime hediondo e os supostos esforços da União Europeia para o combater. Contudo, da minha experiência, só posso dizer-vos que é tudo treta”, começou por escrever, numa publicação partilhada no Facebook.

“Como alguns saberão adoptei um bebé de dois anos. Manda a lei que só depois de seis meses da criança estar com os pais adoptivos seja decretada a adopção plena. É a situação em que nos encontramos. Ou seja, durante esta fase para viajar com o Diniz tenho que levar o seu passaporte (onde ainda constam os nomes dos pais biológicos) e um documento emitido pelo tribunal que me declara curadora do menor. Assim, ao sair e entrar do país, os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras confirmarão que embora não seja mãe ‘oficial’ do menino, sou sua tutora legal”, explicou.

A psicóloga conta então que, na viagem que este mês fez para Cuba via Madrid não lhe foi pedido, “uma única vez”, o documento do tribunal que a identifica como a tutora legal da criança.

“Sucede que este mês viajámos para Cuba via Madrid e nem uma única vez (a sair de Espanha, a entrar em Cuba, a sair de Cuba ou a entrar em Espanha ) me pediram o referido documento do tribunal. Portanto, o Diniz tanto podia estar à minha guarda como não estar. Podia estar a ser traficado para exploração laboral, sexual, ou outra coisa qualquer que nunca nenhuma autoridade mostrou qualquer interesse. Repito – no passaporte dele está o nome da mãe e do pai biológicos. Isto é inacreditável”, considerou.

“Supostamente até pais divorciados têm que levar uma autorização do outro progenitor e, todavia, eu saí e entrei no Espaço Schengen com um menor que, no passaporte, não é meu filho, nem sobrinho nem coisa nenhuma, sem qualquer pergunta ou resistência. Alô, Europa! Está aí alguém?!”, questionou Joana Amaral Dias.