“Não se pode dizer que, porque se é filho de alguém, é-se imediatamente culpado“

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação publicou uma investigação, onde foram analisados 715 mil documentos que mostram esquemas financeiros feitos alegadamente por parte da empresária. 

Depois de ter sido acusada de desviar 115 milhões de dólares – 104 milhões de euros – da empresa Sonangol, enquanto era presidente, para contas offshore, Isabel dos Santos negou estar envolvida em qualquer tipo de crime, numa entrevista à BBC.

A filha do ex-presidente de Angola afirma que existe “uma caça às bruxas” não só no que respeita a si, como à sua família. “As autoridades angolanas embarcaram numa caça às bruxas muito, muito seletiva que tem por objetivo dizer que há duas ou três pessoas relacionadas com a família do Presidente dos Santos”. Isabel dos Santos lamenta “que Angola tenha escolhido este caminho. Acho que temos todos muito a perder”.

O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação publicou uma investigação, apelidada de Luanda Leaks, onde foram analisados 715 mil documentos que mostram esquemas financeiros feitos alegadamente por parte da empresária e acusam-na de se ter tornado a mulher mais rica do país através da corrupção.

“É preciso compreender que não se pode simplesmente dizer que, porque se é filho de alguém, é-se imediatamente culpado“, reagiu na entrevista: “É por isto que há muito preconceito”.

Acusada de não ter sido completamente transparente sobre os seus negócios, Isabel dos Santos nega. "Isso não é verdade", diz. A empresária acrescenta ainda que todo o seu sucesso é uma consequência das suas escolhas e esforços. “Todos os meus negócios foram extremamente bons do ponto de vista da gestão. Temos os melhores CEOs, os melhores COOs, temos os melhores diretores jurídicos. Temos profissionais, com experiência em outras empresas”.

Isabel dos Santos tem expressado a sua revolta com a Luanda Leaks, através da sua conta de Twitter, onde têm desmentido toda a investigação. A minha “fortuna” nasceu com o meu caracter, minha inteligência, educação, capacidade de trabalho, perseverança.Hoje com tristeza continuo a ver o “racismo” e “preconceito”da SIC-Expresso,fazendo recordar a era das “colônias” em que nenhum Áfricano pode valer o mesmo que um “Europeu", escreveu num dos tweets. 

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