Brasil avança contra Glenn Greenwald, do Intercept

O alegado crime de Greenwald: pedir para apagar as mensagens.

O Ministério Público Federal do Brasil apresentou uma denúncia, esta segunda-feria, contra sete pessoas na Operação Spoofing e uma delas é Glenn Greenwald, editor do site Intercept Brasil, responsável pelo caso Vaza Jato. Greenwald poderá vir a responder pelos crimes de associação criminosa, interceção telefónica e “invasão de dispositivo alheio”. 

A Operação Spoofing é uma investigação iniciada pela polícia brasileira, a meados de 2019, altura em que foram lançadas as reportagens Vaza Jato, para investigar a atuação de hackers nas invasões de aplicativos de mensagens das autoridades da República brasileira. Inicialmente, de acordo com a Veja,  o ministro do Supremo tribunal Federal Gilmar Mendes não permitiu que a Polícia Federal investigasse a atuação do jornalista no “exercício regular da sua profissão”. 

Porém, o procurador Wellington Divino de Oliveira, segundo o jornal brasileiro, afirma que durante uma análise de um computador apreendido na casa de um dos hackers foi encontrado uma gravação de áudio entre o estudante Luiz Molição, membro do grupo de hackers em questão, e Greenwald. Na conversa entre ambos, diz o MPF, Greenwald terá, alegadamente, orientado o grupo a apagar as mensagens trocadas entre eles, “caracterizando clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos”. 

A Vaza Jato, liderada pelo jornalista norte-americano sediado no Brasil, foi uma série de reportagens publicadas pelo Intercept Brasil no ano passado. Nelas, foram divulgadas conversas entre o então juíz Sergio Moro – agora ministro da Justiça – e os procuradores da Lava Jato.