Estudo da OCDE mostra que mais de metade dos jovens querem os mesmos empregos

Os jovens podem estar apenas a seguir exemplos de profissionais que conhecem, o que faz com que não prestem atenção às suas habilitações académicas, uma escolha que os pode vir a prejudicar no futuro enquanto profissionais. 

Estudo da OCDE mostra que mais de metade dos jovens querem os mesmos empregos

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), avaliou o desempenho escolar a nível mundial nos últimos 20 anos e divulgou esta quarta-feira um estudo onde analisa os objetivos dos adolescentes a nível profissional.

Intitulado "Empregos de Sonho: As aspirações de carreira e o futuro do trabalho entre os adolescentes", o relatório analisou as respostas de meio milhão de jovens de 41 países, comparando assim informações recolhidas em 2000 com informações relativas ao ano de 2018 e chegou à conclusão que os jovens têm cada vez mais tendência para escolher as mesmas profissões.

Segundo os dados avaliados, 53% das raparigas estão concentradas em 10 profissões, com medicina a liderar o ranking com 15,6%. Em segundo lugar, está a profissão de professora (9,4) seguida por um trabalho na área de gestão de empresas (5,0%). 

Os rapazes também se encontram bastante focados nas mesmas áreas: 47% dos rapazes avaliados pretendem estudar para obter os mesmos empregos. Em primeiro lugar está a área das engenharias (7,7%), seguida pela gestão de empresas e pela medicina. 

Em Portugal, as taxas são ainda mais elevadas: 58% dos rapazes optam pelas mesmas áreas assim como 54% das raparigas.

O documento sublinha que este resultado pode significar que os jovens têm falta de conhecimento do mercado de trabalho e que não foram orientados de forma correta para escolher a sua área profissional. Segundo a OCDE, os jovens podem estar apenas a seguir exemplos de profissionais que conhecem, o que faz com que não prestem atenção às suas habilitações académicas, uma escolha que os pode vir a prejudicar no futuro enquanto profissionais.