A importância de sermos premiados…

Em qualquer setor ou atividade a importância dos prémios e do reconhecimento do nosso trabalho é fundamental. Não só porque mede o sucesso do que fazemos, mas porque nos apresenta aos outros, nos define e nos posiciona no mercado.

Não é por acaso que os atores querem Óscares ou o Cristiano Ronaldo quer mais uma Bola de Ouro.

Os prémios valem muito e mesmo que por vezes haja injustiças na sua atribuição, eles deixam uma marca que fica para a história. Ninguém será menos por não ganhar o prémio e muitos dizem que estar nomeado já é uma vitória, mas a verdade é que a cultura do prémio está profundamente enraizada em nós.

Ainda que surjam muitas teorias que fogem a esta pressão e que não a consideram benéfica para o desenvolvimento da nossa sociedade – let’s face it: poucos irão ganhar Bolas de Ouro – o reconhecimento é valorizado e parte integrante do nosso dia a dia.

O mercado publicitário não é exceção e são vários os prémios que acontecem ao longo do ano e que, ora mais focados em criatividade ora na eficácia dos meios, vai reconhecendo o trabalho de clientes e agências.

Um reconhecimento que é muito importante também para clientes e para que defendam o seu trabalho e a estratégia escolhida.

Mas serão os prémios o melhor barómetro para avaliar de facto o melhor trabalho?

Longe de mim tirar mérito aos prémios (felizmente temos recebido uns quantos ao longo dos anos) e à sua justiça, mas de facto sabemos que há muitas campanhas boas que não chegam lá e que não deixaram por isso de ser eficazes e felizes.

Sabemos também como há boas ideias que vingam, boas ideias de negócio, boas ideias do dia a dia que não vão deslumbrar ou ser matéria de palco. Sabemos também como há ideias pensadas exclusivamente para prémio, que já saem da agência criativa com essa missão e que pouca expressão têm para o grande público. É inegável que muitos dos prémios da nossa indústria funcionam para o nosso umbigo e não há qualquer problema nisso, porque o mercado precisa de se motivar, picar e fazer melhor.

No final do dia serão seguramente as marcas e os consumidores a beneficiarem desse ‘embate’ de egos e a terem mais e melhor serviço, produto e comunicação.

E isso leva-nos a um foco importante: o consumidor. O verdadeiro alvo destas campanhas. Reconhecem-se eles nos prémios atribuídos? São as campanhas mais populares de facto as vencedoras nos prémios?

A subjetividade é grande e felizmente quando falamos em ideias não gostamos todos da mesma coisa e é essa diversidade que alimenta todos os dias quem trabalha marcas a fazer mais e melhor.

Uma coisa é certa e é isso que mais me fascina nestes prémios: o poder das ideias. Quando uma ideia é boa é tão fascinante quanto a sua aplicação e tem um poder imenso que desconhecíamos quando saiu do papel.

Por isso continuarão a existir prémios, a existir metas e e existir incentivos que acima de tudo cumpram a promessa: de ter mais e melhores ideias.

*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment