A hora da verdade de Zion Williamson, uma das maiores esperanças da NBA

Superada a lesão que o deixou de fora de 43 jogos, chegou finalmente o dia em que o rookie dos New Orleans Pelicans se pode estrear.

A NBA esperava ansiosamente por este momento. Depois de falhar 43 jogos devido a uma lesão contraída na pré-época, o rookie Zion Williamson pode-se estrear finalmente pelos New Orleans Pelicans esta quarta-feira à noite (madrugada de quinta-feira em Lisboa). Mas não foi sem frustrações que Williamson esperou estes últimos três meses para jogar na época regular. 

“Muitas vezes queria apenas bater numa parede ou pontapear cadeiras”, confessou o estreante ao New York Times. “É frustrante não conseguires mover o teu corpo da maneira que queres”. Contudo, na terça-feira, falando para os repórteres numa conferência de imprensa, a primeira escolha do draft deste ano mostrou algum alívio por estar a aproximar-se o momento da verdade: “Finalmente chegou. Posso finalmente voltar”.

Os números do jogador de 19 anos na pré-época são prometedores. Em quatro jogos marcou em média 23,3 pontos, acrescentando 6,5 ressaltos por jogo. E a sua pontaria mostrou-se extremamente afinada: acertou 71,4% dos lançamentos efetuados (nesta estatística não contam os lances livres). 

Formado na elitista Universidade Duke, cujas formações produziram o maior número de primeiras escolhas no draft da liga profissional norte-americana, têm sido depositadas imensas esperanças no estreante – mais do que é habitualmente esperado para as primeiras escolhas, sendo mesmo considerado a melhor prospeção desde Lebron James, premiado o melhor jogador da liga por quatro vezes e considerado o melhor jogador da sua era. Na sua única época na NCAA, liga de estudantes norte-americana, Williamson produziu 22,6 pontos, 8,9 ressaltos e 1,8 bloqueios por jogo, tornando-se a escolha óbvia para os olheiros da NBA no draft de 2019. Williamson já teve inclusive direito a um contrato de 75 milhões de dólares com a Jordan Brand, antes de realizar qualquer jogo oficial pela liga profissional de basquetebol norte-americana. 

Mas da sua lesão, no joelho esquerdo, emergiram várias preocupações. Com 1,98 metros e 129 quilos, e com uma envergadura de 2,08 metros, o que o dota de uma incrível capacidade de explosão e elevação, tendo ficado conhecido pelos seus afundanços fulgurantes por isso mesmo, as suas aptidões físicas podem ser boas demais para o seu próprio bem. E a sua ausência prolongada não aliviou essas preocupações, precisamente devido à sua espantosa robustez física. O seu melhor trunfo pode ser a sua maior fatalidade. 

Inicialmente, os Pelicans esperavam que Williamson recuperasse da cirurgia a que foi sujeito em seis a oito semanas. A preocupação maior da equipa de Nova Orleães é ensinar Williamson a pousar no chão mais suavemente, dado o seu peso e capacidade de salto vertical – 1,14 metros, segundo o Guardian. “Aprendi imenso sobre o meu corpo”, assinalou o jovem jogador ao New York Times

A grande questão pode estar mesmo nos joelhos da jovem estrela, pois não é a primeira vez que sofre uma lesão. Numa partida entre Duke e a Carolina do Norte, em fevereiro do ano passado, ficou famoso por se lesionar de forma estranha no joelho, após apenas 30 segundos de jogo, rebentando uma bota quando tentava mudar de direção. E o ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama estava presente na plateia para ver Williamson. 

A apreensão dos seus fãs amplia-se devido à possível semelhança do jogador dos Pelicans com os azares de Derrick Rose, jogador mais jovem de sempre a arrecadar o prémio de MVP na NBA, que outrora tinha uma capacidade de explosão de invejar. As sucessivas lesões no joelho que o atual jogador dos Detroit Pistons sofreu quase lhe arruinaram a carreira. 

Se não tiver sorte no basquetebol, Williamson parece ter talento para a poesia. “Comecei por fazer-lhe sugestões. Depois, tudo o que fez foi escrever poemas”, contou à estação desportiva ESPN um dos seus professores do secundário, Bill Pell, que relata que à medida que o ano curricular foi avançando, os poemas de Williamson foram-se tornando “mais sofisticados”. “Eram extraordinários”, afiançou Pell.