Ana Gomes ataca justiça portuguesa e defende Rui Pinto

Rui Pinto “é um denunciante e tem de ter um estatuto de denunciante” e deveria ser “aproveitado” pelas autoridades portuguesas no “combate à corrupção e criminalidade organizada, branqueamento de capitais, financiamento de terrorismo e outra criminalidade associada”.

A ex-eurodeputada Ana Gomes atacou, mais uma vez, a justiça portuguesa, esta segunda-feira, e defendeu o hacker Rui Pinto, que esteve envolvido na revelação dos documentos que levaram à investigação do Luanda Leaks.

“Há dois pesos e duas medidas”, disse Ana Gomes, em declarações à agência Lusa, onde afirma considerar “completamente obsoleta a posição daqueles que no sistema judiciário [português] não querem querer conhecer a luta, que é serviço público, por parte de um denunciante que expõe criminalidade organizado”.

A ex-eurodeputada defende que Rui Pinto deve ganhar o estatuto de denunciante. "Bem-vindos à era digital: serve para o mal, mas também serve para combater o mal e sem dúvida que está mais do que demonstrado aquilo que vinha há muito tempo dizendo é que Rui Pinto prestou um extraordinário serviço à luta contra a criminalidade organizada e contra a corrupção em Portugal, para além de Portugal”, acrescentou Ana Gomes. 

Rui Pinto “é um denunciante e tem de ter um estatuto de denunciante” e deveria ser "aproveitado" pelas autoridades portuguesas no "combate à corrupção e criminalidade organizada, branqueamento de capitais, financiamento de terrorismo e outra criminalidade associada”.

Ana Gomes ataca ainda a justiça portiguesa, afirmando que muitos dos dados obtidos eram de conhecimento público. "Poderia ter atuado e escolheu não atuar em consonância com o poder político, que foi absolutamente conivente com o saque organizado a Angola feito por Isabel dos Santos e outros elementos da cleptocracia angolana, designadamente Manuel Vicente”, ex-vice-presidente angolano, concluiu Ana Gomes.

Recorde-se que Rui Pinto está acusado de 90 crimes: acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, depois de ter criado a plataforma Football Leaks, onde publicou vários documentos sob transferências e contratos de jogadores secretos. 

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