OMS convoca comité de emergência para reunião urgente. “Há potencial para propagação global”

Diretor-geral da OMS anunciou reunião de urgência na quinta-feira. Há agora quase dez vezes mais casos do que na última reunião faz hoje uma semana. Na altura os peritos estavam divididos sobre o risco

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou esta tarde a convocação do comité de emergência para uma reunião de urgência destinada a decidir se o novo coronavírus constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional. Recorde-se que na semana passada o comité reuniu-se duas vezes, mas os peritos estavam divididos. Na quarta-feira da semana passada, dia da última reunião, estavam confirmados 644 casos e são agora quase dez vezes mais – segundo o último balanço, estão confirmados 6057 doentes infectados, dos quais 5970 na China continental, um número que ultrapassa já a epidemia de SARS em 2003.

"A maioria dos mais de 6000 casos do novo coronavírus são na China e apenas 1%, 68 casos, foram detetados noutros 15 países. Mas já foi registada transmissão em três países fora da China. Este potencial para uma propagação global foi o que me fez convocar o comité de emergência", justificou Tedros Adhanom Ghebreyesus, que esteve nos últimos dias em Pequim. O responsável máximo da OMS tornou a elogiar a atuação da China no combate à epidemia e manifestou preocupação com o impacto que o surto está a ter no sistema de saúde chinês. "Estou impressionado com a dedicação dos profissionais de saúde", afirmou em conferência de imprensa.

Erro fez sair avaliação de risco global "moderado" quando OMS considera que o risco é alto

Tedros Adhanom Ghebreyesus garantiu que a OMS está a acompanhar a evolução do surto 24 horas por dia. O diretor-geral da OMS assumiu também um erro numa das avaliações publicadas esta semana no site da OMS, que considerava o risco global moderado, sublinhando que o risco é alto. "Houve um erro humano na preparação do relatório. Tenho repetidamente declarado que o risco é elevado", afirmou.