Bruxelas aconselha “restrições” para evitar riscos nas redes de 5G na Europa

Acusações dos Estdos Unidos à Huawei não deverão ser suficientes para impedir participação da operadora chinesa na rede 5G na Europa. Acordo com o Reino Unido não vai além de restrições.

A Comissão Europeia está preocupada com o processo de desenvolvimento das redes móveis de quinta geração (5G) na União Europeia (UE) e aconselhou os seus Estados-membros a aplicarem “restrições relevantes” ou “exclusões” aos fornecedores que tenham estatuto de “alto risco”.

A UE divulgou, ontem, um conjunto de instrumentos de medidas, que incluem recomendações no sentido de serem mitigados possíveis ciberataques, ações de espionagem ou outro tipo de problemas relacionados com o desenvolvimento desta nova tecnologia. A Comissão Europeia espera agora que os Estados-membros adotem estas recomendações até 30 de abril, devendo depois apresentarem um relatório sobre o que já fizeram até 30 de junho.

A Comissão Europeia afirma não estar a “apontar o dedo” a nenhuma operadora específica, mas é público que no epicentro das preocupações encontra-se a Huawei, acusada pelos Estados Unidos de ser controlada por Pequim e de fazer espionagem em equipamentos 5G. A tecnológica chinesa tem vindo a rejeitar todas as acusações e reagiu às recomendações de Bruxelas congratulando-se com a medida, evitando, no entanto, comentar as restrições propostas. Segundo a Huawei, os instrumentos apresentados permitem à operadora continuar “a participar no desenvolvimento do 5G na Europa”, classificando a abordagem da Comissão Europeia como “não tendenciosa e baseada em factos”.

Os últimos desenvolvimentos confirmam que a Huawei deverá mesmo participar no 5G na Europa, cenário reforçado com o acordo no Reino Unido, que decidiu apenas restringir a operadora a ter mais de 35% de quota de mercado e a não poder ter equipamentos em redes sensíveis, como bases militares ou centrais nucleares.