Lucro do BPI cai 33% para 328 milhões em 2019

Só a atividade recorrente em Portugal gerou um resultado de 231 milhões de euros.

O BPI registou um lucro consolidado de 328 milhões em 2019, uma quebra de 33% face ao lucro de 490,6 milhões de euros obtido em 2018. Só a atividade recorrente em Portugal gerou um resultado de 231 milhões de euros, o que representou uma subida de 13 milhões de euros “suportado pela melhoria no produto bancário comercial e pelo impacto positivo da nova produção de crédito habitação e para empresas”, explicou a instituição financeira liderada por Pablo Forero, lembrando que, no ano passado, foram vendidos 221 milhões de euros de créditos não produtivos e ativos imobiliários no 4º trimestre, com um impacto positivo de 24 milhões de euros no resultado antes de impostos.

O contributo do Banco Fomento Angola – detido em 48,1% pelo BPI e controlado maioritariamente pela Unitel – para o lucro consolidado de 2019 ascendeu a 78,9 milhões de euros, enquanto o BCI, em Moçambique, contribuiu com 18,7 milhões de euros. 

Os depósitos de clientes que aumentam 1599 milhões de euros (+7,6% face a dezembro de 2018) e os seguros de capitalização registaram um crescimento de 10,8%. Já a carteira de crédito total aumenta 1033 milhões de euros, atingindo uma quota de mercado de 10,2% em outubro de 2019. Por seu lado, a carteira de crédito a empresas cresce 433 milhões de euros no ano, enquanto a produção de crédito hipotecário registou um aumento de 13% para 1 453 milhões de euros em 2019.

A margem financeira subiu para 436,3 milhões de euros, “apoiada pelo crescimento da carteira de crédito total”. A receita com comissões diminuiu 7,2%, passando de 277,8 milhões de euros em 2018 para 257,9 milhões em 2019, mas o banco assinala que “excluindo o efeito decorrente da venda dos negócios de cartões, acquiring e banca de investimento em 2018, as comissões aumentam (perímetro comparável) em 14 milhões de euros”, correspondentes a 5,7%.

Redução de estrutura 

O BPI fechou 2019 com menos 48 trabalhadores e 15 balcões. A instituição financeira contou no final do ano com 4840 trabalhadores e com 406 balcões.

No entanto, o banco assinala que para além dos 406 balcões existentes no final do ano passado, conta ainda com “36 centros ‘premier’, um balcão móvel e 34 centros de empresas, o que perfaz um total de 477 unidades comerciais”.

BPI “tranquilo”

Pablo Forero defendeu que o caso Luanda Leaks não é favorável para a reputação dos bancos, mas garantiu que o BPI está “tranquilo”, porque “sempre” cumpriu a lei. Estes assuntos naturalmente não ajudam na reputação dos bancos em geral, mas nós estamos tranquilos, porque sempre cumprimos a lei”, afirmou durante a apresentação de resultados.

Em relação ao Banco de Fomento de Angola (BFA), o responsável lembrou que a recomendação do Banco Central Europeu continua a ser a de reduzir a sua participação na instituição. “A recomendação é muito clara e, portanto, não há novidades”, reiterou o responsável, dizendo também não esperar “nenhuma notícia negativa” para o BPI com respeito ao BFA e garantiu que “é o melhor banco de Angola, o mais forte e o mais rentável e que tem melhor reputação em Angola”.

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