Governo britânico anuncia proibição de venda de carros movidos a combustíveis fósseis até 2035

O Executivo de Boris Johnson aproveitou um encontro de preparação da Conferência das Partes (COP 26), o evento climático das Nações Unidas que terá lugar este ano em Glasgow, Escócia, para anunciar o novo objetivo.

O Governo britânico apresentou esta terça-feira um plano para acabar com as vendas de novos carros a gasóleo e a gasolina a partir de 2035, cinco anos antes do prazo previamente estabelecido.

O Executivo de Boris Johnson aproveitou um encontro de preparação da Conferência das Partes (COP 26), o evento climático das Nações Unidas que terá lugar este ano em Glasgow, Escócia, para anunciar o novo objetivo.

O Governo prometeu ainda que a proibição será imposta antes de 2035, se “uma transição mais célere” for possível. A antecipação da data, que ainda será sujeita a uma análise por parte do Executivo, vem depois de vários analistas terem alertado que se a proibição fosse imposta apenas em 2040, poderia ser tarde demais para o Reino Unido atingir a meta de neutralidade carbónica até 2050. 

Esta nova meta é das mais ambiciosas do mundo a par da Noruega, que fixou o mesmo objetivo até 2025. A proibição britânica, tal como a norueguesa, incluirá a venda de veículos híbridos, algo que a anterior meta não abrangia. Denunciando a “dependência global dos combustíveis fósseis que ficou totalmente fora do controlo”, Johnson disse que a nova meta visava influenciar outros países a anunciar objetivos “mais credíveis”.

Não obstante, o compromisso do Governo britânico na redução de emissões de gases foi posto em causa por Claire O’Neill, nomeada pelo primeiro-ministro para liderar as preparações para a COP 26, entretanto demitida na sexta-feira. Numa entrevista à BBC Radio, O’Neill acusou o Governo britânico de estar “a milhas” de onde deve estar no que toca ao combate às alterações climáticas e queixou-se de “falta de liderança” e “compromisso”. 

“O meu conselho a qualquer pessoa a quem Boris estiver a fazer promessas – sejam eleitores, líderes mundiais, funcionários ou mesmo familiares – é: obtenham-nas por escrito”, aconselhou a antiga ministra conservadora.

Por parte de Rebecca Newsom, chefe da secção da Greenpeace no Reino Unido, o objetivo delineado pelo Governo não é suficientemente ambicioso. Para a líder da organização ambiental, impôr este tipo de metas para além de 2030, reduz a “probabilidade” de cumprimento das metas climáticas e “o potencial de gerar milhares de empregos no fabrico de carros elétricos”.