CDS: Duas baixas e uma desfiliação em menos de 48 horas

Francisco Rodrigues dos Santos perde vogal e membro da comissão política, ambos da TEM.

Em menos de 48 horas a comissão executiva do CDS, liderada por Francisco Rodrigues dos Santos, perdeu um elemento, o rosto principal da Tendência Esperança em Movimento dos centristas (TEM): Abel Matos Santos. Mas há mais: uma demissão de outro órgão partidário (da comissão política nacional), de Luís Gagliardini Graça, fundador da mesma tendência. A TSF avançou ainda com a desfiliação de de Pedro Formosinho Sanchez.

Na base destas saídas está uma onda de solidariedade com Abel Matos Santos, mas também há um aviso ao presidente do partido, recém escolhido no congresso de Aveiro: o alvo deste caso é o próprio líder.

A baixa mais importante foi, sem dúvida, a do vogal da direção Abel Matos Santos, que não resistiu à pressão do seu histórico de opiniões publicadas na sua página del Facebook entre 2012 e 2015. O Expresso fez uma compilação dos comentários desse período e deu nota das suas posições sobre a PIDE, Salazar ou a classificação de Aristides Sousa Mendes de “agiotas de judeus”. As posições já eram conhecidas entre os militantes do CDS, mas Matos Santos ganhou visibilidade política: desistiu da corrida à liderança do CDS a favor do atual presidente do partido, Rodrigues dos Santos e ficou na sua direção.

Na primeira versão, o CDS tentou segurá-lo, mas a comissão executiva reuniu-se na segunda-feira e, no dia seguinte, emitiu um comunicado. “O CDS é fronteira de todos os extremismos, farol dos valores da democracia cristã, do humanismo personalista e do primado da dignidade da pessoa humana”, escreveu a direção após a demissão de Matos Santos.

Ontem, demitiu-se Luís Gagliardini Graça, alegando que não iria pactuar “com uma campanha indecente” contra Abel Matos Santos. E Pedro Formosinho Sanchez escreveu, na carta de desfiliação, um aviso a Rodrigues dos Santos: “O alvo deste ataque és tu e é a tua cabeça que eles vão pedir a seguir”, alegou, citado pela TSF.

No dia 31 de janeiro, Pires de Lima tinha desafiado o líder a deixar cair Abel Matos Santos. Ontem optou pelo silêncio, tal como o eurodeputado Nuno Melo, ambos contactados pelo i.