6% dos “ratinhos” de laboratório ficaram com danos irreversíveis em 2017

Um relatório europeu revela que Portugal utilizou, em 2017, mais de 40 mil animais para experiências.

6% dos “ratinhos” de laboratório ficaram com danos irreversíveis em 2017

Portugal utilizou mais de 40 mil animais em experiências de laboratório, durante o ano de 2017, entre os quais uma maioria de murganhos, ratos e peixes. Segundo o relatório, elaborado pela Associação Europeia de Investigação Animal, os 40998 murganhos ou 'ratinhos' usados nos laboratórios portugueses correspondem a 0,4% dos animais utilizados em experiências a nível europeu.

Este é o relatório mais “transparente” realizado até à data, já que para além do número de animais, são também apontadas as espécies, tipos de técnicas de intervenções realizadas e os danos causados nos animais.

De acordo com o relatório, foram utilizados mais de 35 mil ratinhos (35221), ratos (3133) e peixes (1699). As restantes espécies, que representam 2,3% do total de animais utilizados em Portugal, são moluscos (450), porcos (155), aves (120), coelhos (36) e ovelhas (12). O documento revela ainda que 2113 animais dos animais ficaram com danos irreversíveis, um correspondente a 6% do total.

No total, a União Europeia usou 9,39 milhões de animais em experiências de laboratório, valor inferior ao ano de 2016, quando foram utilizados 9,81 milhões. Foram também “ratinhos” os animais mais utilizados em experiências, com cerca de 92% do total, em 2017.

Apesar de o número de animais estar na ordem dos milhares, o Reino Unido foi o país que mais animais utilizou em experências (1,83 milhões), seguido da Alemanha (1,7 milhões) e de Itália, com 564 mil. Por outro lado, Malta (250), Estónia (2664) e Lituânia (2766) apresentaram as percentagens mais baixas.

Apesar dos muitos casos de crueldade animal, a Associação Europeia de Investigação Animal defende que “o uso de animais como forma de investigação é a única forma de desenvolver novos tratamentos e entender o corpo humano". Em Portugal, 16 instituição públicas e provadas comprometeram-se, através do Acordo de Transparência sobre Investigação Animal, a comunicar de forma clara e transparente como os animais são usados em experiências de laboratório.