Onde anda Xi Jinping? China assume postura coletiva em pleno surto de coronavírus

Nome do Presidente está a ser substituído por Comité Central nas declarações oficiais.

Onde anda Xi Jinping? China assume postura coletiva em pleno surto de coronavírus

O Presidente chinês fez esta segunda-feira uma das suas cada vez mais raras aparições públicas. Mas o líder não desapareceu só das câmaras, desde o aparecimento do novo coronavírus no país que as referências ao seu nome escasseiam nos órgãos oficiais. Onde se lia Xi Jinping agora aparece a expressão Comité Central.

Esta mudança demonstra assim que a China está a assumir uma postura coletiva, ao contrário do que tinha vindo a fazer nos últimos anos sob a liderança de Xi Jiping.

A agência Lusa lembra que quando Xi Jiping assumiu o poder, em 2013, tornou-se o núcleo da política chinesa, desmantelando o sistema de "liderança coletiva" cimentado pelos seus antecessores desde finais dos anos 1970. Sublinhe-se, aliás, que a sua liderança passou a ser vitalícia, através de uma emenda constitucional, acrescentada em 2017, quando o Partido Comunista da China o declarou líder "central".

No entanto, desde o final do ano passado que a liderança de Xi Jiping tem sido tudo menos central, pouco aparece e pouco fala, quando antes era manchete incontestada e abertura indiscutível de todos os noticiários.

Este afastamento, segundo os analistas consultados pela agência Lusa, parece mostrar que um regime ditatorial também tem desvantagens para o seu líder. Ou seja, quando as coisas não correm bem, como está a acontecer com o surto de coronavírus, a culpa recai numa só pessoa.

O reconhecimento deste facto ajudará assim a explicar o desaparecimento, presencial e documental, de Xi Jiping, que sai de cena para não prejudicar ainda a sua imagem ou reputação.

Por outro lado, esta postura mais distante do que central do líder chinês durante uma das maiores crises no país, dos últimos tempos, está a merecer muitas críticas dos chineses.

Sublinhe-se que o 2019-nCoV, detetado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan em dezembro de 2019, já infetou mais de 43 mil pessoas, das quais morreram mais de mil, quase todas na China.

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