Enfermeiros rapam cabelo para evitar contágio e usam fraldas para serem mais rápidos a tratar dos pacientes

Um farmacêutico chinês de 28 anos morreu, na semana passada, depois de ter trabalhado durante 10 dias seguidos.

Vários médicos e enfermeiros que trabalham na cidade chinesa de Wuhan optaram por cortar o cabelo para diminuírem o risco de serem contaminados com o novo coronavírus que já matou mais de mil pessoas.

Shan Xia foi uma das primeiras enfermeiras a dar o exemplo, tendo rapado o seu cabelo no final de janeiro, um mês depois do coronavirus ter surgido. Um vídeo partilhado pelo jornal People’s Daily China mostra várias enfermeiras a cortarem o cabelo antes de voarem para a cidade de Wuhan para ajudar as equipas médicas da cidade.

Além de cortarem o cabelo, os profissionais de saúde têm adoptado outros comportamentos para conseguir tratar os pacientes o mais rapidamente possível. De acordo com o Washington Post, muitos usam fralda no local de trabalho para não ter de perder tempo a ir à casa de banho e poderem cuidar dos doentes de forma mais célere..

Além disso, com a falta de fatos de proteção é preciso ter muito cuidado ao retirá-los, visto que se rasgam facilmente. "Nós sabemos que o nosso fato de proteção pode ser o último que temos e não podemos arriscar desperdiçar nenhum", disse um médico do hospital de Wuhan. 

Com o número de infetados a aumentar todos os dias, as equipas médicas estão sobrecarregadas e trabalham dias seguidos sem interrupções. "Eu acho que isto é muita pressão para qualquer médico e enfermeiro em Wuhan, tanto fisicamente como mentalmente", afirmou Candice Qin, uma psicóloga que reside em Pequim. "Sabemos que os pacientes estão preocupados, mas devemos ter em mente que os médicos também são humanos", acrescentou, em declarações ao Washington Post.

Recorde-se que um farmacêutico chinês de 28 anos morreu, na semana passada, depois de ter trabalhado durante 10 dias seguidos. Song sofreu uma paragem cardiorrespiratória, esta segunda-feira, e foi encontrado morto no seu apartamento, avançou o South China Morning Post.