OMS já escolheu o nome para a doença causada pelo novo coronavírus

Pneumonia recebe a designação COVID-19. Diretor-geral da OMS explica que a preocupação é não gerar discriminação e que o vírus não fique associado a nenhuma geografia.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde anunciou esta terça-feira que foi escolhido o nome COVID-19 para a doença causada pelo novo coronavírus, que já matou mais de mil pessoas na China. "Ter um nome é importante para prevenir o uso de outros nomes que possam ser inapropriados ou estigmatizantes", justificou Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentando que foi necessário encontrar um nome que não referisse qualquer localização geográfica, animal ou grupo de pessoas. Por todo o mundo tem havido relatos de discriminação da comunidade chinesa, algo que a OMS tem tentado contrariar.

Em conferência de imprensa, o responsável explicou que o encontro de 400 cientistas que decorre em Genebra não visa dar respostas imediatas às questões sobre a epidemia mas estabelecer o caminho a seguir daqui para a frente, numa altura em que estão contabilizados mais de 42  mil casos na China e não é ainda certo quando será o ponto de viragem ou se poderão existir casos por diagnosticar fora do país. No domingo, o responsável da OMS admitiu o cenário de transmissão mais alargada noutros países e que os casos conhecidos poderiam ser apenas a ponta do icebergue. "Se investirmos agora em intervenções racionais e baseadas em evidência, temos uma oportunidade realista de travar o surto de COVID-219. Se não o fizermos, poderemos vir a ter mais casos e custos mais elevados nas nossas mãos", reforçou esta tarde Tedros Adhanom Ghebreyesus, adiantando que esteve em contacto com o secretário-geral da ONU, António Guterres, para aumentar o nível de resposta nas Nações Unidas.

O responsável salientou ainda que apesar de o mundo estar focado no novo coronavírus, a OMS continua a estar preocupada com o surto de ébola na República Democrática no Congo. Os sinais das última semana são positivos: registaram-se apenas três novos casos e há três dias que não são diagnosticados novos doentes. Tedros Adhanom Ghebreyesus sublinhou que é necessário manter a resposta e o financiamento. Esta quarta-feira o comité de emergência da OMS vai reunir-se para decidir se a epidemia no país continua a constituir uma emergência de saúde pública de importância internacional, sendo que são necessários 42 dias sem a deteção de novos casos para o surto ser dado como controlado.