Aeroporto de Lisboa esgotado pode levar TAP a cancelar 1500 voos

Medida surge, numa altura, em que sindicato ameaça com greve caso a companhia aérea não mude “radicalmente a sua posição”.

A TAP admite cancelar 1500 voos por falta de slots no aeroporto de Lisboa já no início de março. Em causa estarão, em média, cerca de 100 passageiros por voo, o que corresponderá a 150 mil passageiros, revelou o site ECO. O CEO da companhia aérea terá já contactado não só o setor turístico como também a ANA, a concessionária do aeroporto, e NAV (que gere o espaço aéreo português), a ANAC, a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o próprio Governo. Aliás, a companhia aérea terá fixado um número de voos para 2020 que, entretanto, não poderá realizar por causa do esgotamento do aeroporto de Lisboa.

Este anúncio surgiu, numa altura, o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) admitiu que iria avançar com greve caso a TAP não mudasse “radicalmente a sua posição”, acusando-a de não cumprir o acordo de empresa. “A opinião da direção do sindicato é de que não terá muita margem de manobra a não ser partir para a greve. A não ser que a TAP mude radicalmente a sua posição, mas neste momento a expectativa é mesmo de partir para a greve”, admitiu o presidente da estrutural sindical, Henrique Louro Martins, à Lusa.

Estas queixas não são novas e já levaram a um pedido de mediação de conflitos ao Ministério do Trabalho. Um encontro que se realizou na passada segunda-feira. “A TAP continua numa escalada de incumprimento ao acordo de empresa, que já é datado de 2006”, defendeu Louro Martins, reiterando que “nos últimos seis meses [a TAP] tem vindo a ter interpretações que nunca teve e que se revelam neste momento graves para o dia a dia do trabalhador, nomeadamente em termos de descanso entre voos, condições de trabalho a bordo dos aviões e também interpretações sobre a tabela salarial”.

O presidente do SNPVAC referiu também que há casos de trabalhadoras que gozaram de licenças complementares à gravidez que estão a ser prejudicadas na evolução da carreira, uma vez que a companhia aérea não regista esse período como tempo de trabalho, contrariando o Código de Trabalho.

O apoio médico aos tripulantes é outro  motivo de queixa do sindicato ao garantir que foi contratada uma empresa sediada nos Estados Unidos para prestar esses serviços e os tripulantes de cabine” são “obrigados a ligar para os Estados Unidos” para atestar a sua doença.