Os novos jovens

Hoje em dia um dos grandes desafios das marcas é conseguir chegar aos mais jovens e ser eficaz e relevante no que lhes dizemos. Um desafio de facto difícil com a fragmentação de consumo dos meios e com as novas tendências que revelam um consumidor mais exigente, criativo e consciente (pelo menos ao nível dos…

Hoje em dia um dos grandes desafios das marcas é conseguir chegar aos mais jovens e ser eficaz e relevante no que lhes dizemos. Um desafio de facto difícil com a fragmentação de consumo dos meios e com as novas tendências que revelam um consumidor mais exigente, criativo e consciente (pelo menos ao nível dos hot topics).

Mas a idade e a mera divisão sócio demográfica já não responde de forma correta às questões que marcas e marketeers têm. Os tempos mudaram e é vulgar percebemos que as pessoas permanecem jovens cada vez mais tempo. 
Escusado será relembrar o estrondo da Super Bowl e de todo o hype em torno dos 43 e 50 anos de Shakira e Jlo respetivamente. Escusado será também lembrar os 50 anos de Jennifer Aniston celebrados com uma sessão fotográfica emblemática no seu Instagram. Ou lembrar ainda Jane Fonda na capa da Vogue aos 80 anos e em campanhas de cosmética. 

É certo que falamos de figuras públicas cujo aspeto e estilo de vida não correspondem ao paradigma que tínhamos destas idades. E os mais céticos dirão que têm cuidados que mais ninguém tem e que são uma elite que em nada corresponde à realidade. 

Mas a verdade é que conhecemos à nossa volta muita gente que também sai fora dos arquétipos que tínhamos. 

E isto lança uma pergunta fundamental: se o aspeto mudou, mudaram também os hábitos, comportamentos e estilo de vida? Claro que sim e por isso não podemos pensar a estratégia de uma marca em função de idades apenas, seguindo ideais antigos de consumo. 

Ai porque o meu produto não é para pessoas de 50 anos, é para pessoas que estão no Instagram… Wake up call: as de 50 anos estão ‘todas’ no Instagram e provavelmente com o poder de compra que te interessa. 

Assim é fundamental repensar as nossas ideias, meios e mensagens para que possamos falar mais com quem nos interessa independentemente da sua idade. Daí cada vez mais definirmos personas baseadas em comportamentos e em interesses para garantirmos que a nossa comunicação é mais afinada e assertiva.

E mais do que uma realidade, há aqui uma oportunidade de alargarmos targets, de reinventarmos produtos e estratégias e de conseguirmos delinear melhor o percurso e futuro das nossas marcas. 

Além de nos dar ainda esperança e fé que vamos todos envelhecer bem e continuar ativos e sempre atentos às dinâmicas, tecnologias e revoluções. Sejam de marcas, causas ou propósitos. 

Eu, cá por mim, Jane Fonda style está ótimo.

*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment