Produção da azeitona para azeite bate recorde que remontava a 1953

A produção de azeitona para azeite aumentou 30% para as 943 mil toneladas em 2019. Região de Trás-os-Montes, responsável por 15% da produção, viu muitos frutos afetados pelos ventos fortes das tempestades Elsa e Fabien. 

A produção de azeitona para azeite aumentou 30% em 2019, face à campanha do ano anterior. As previsões agrícolas de janeiro, publicadas pelo Instituo Nacional de Estatística (INE), apontam para uma produção historicamente elevada de azeitona para azeite, com 943 mil toneladas, a maior registada desde 1953, o único ano onde a barreira das 800 mil toneladas havia sido ultrapassada.

O relatório do INE acrescenta que “as estimativas apontam também para uma subida da funda [rendimento da azeitona em azeite] na ordem dos 10%, face a 2018, o que previsivelmente conduzirá a um aumento da produção de azeite superior ao aumento da produção de azeitona.

Com a colheita da azeitona para azeite praticamente concluída, conclui-se que no ano passado as duas principais regiões produtoras conheceram realidades distintas. No caso do Alentejo, que nos últimos cinco anos produziu em média mais de 70% da produção nacional de azeitona para azeite, a carga de frutos dos olivais intensivos e superintensivos foi superior à da campanha anterior e manteve-se em bom estado sanitário até à colheita.

Em sentido inverso, a região de Trás-os-Montes, responsável por 15% da produção nacional de azeitona para azeite no período referido, viu uma percentagem significativa dos frutos não serem colhidos devido a terem sido derrubados pelos ventos fortes que fustigaram a região aquando da passagem das tempestades Elsa e Fabien. Os ataques de mosca da azeitona também contribuiram para afetar parte da produção.

O relatório destaca ainda a previsão de uma redução da área instalada de cereais de inverno, nomeadamente no trigo mole e aveia (-5%), no triticale e cevada (-10%) e no trigo duro (-15%) em 2019. Esta descida prevê-se pelo pelo sétimo ano consecutivo.