TAP. Pedro Nuno Santos diz que prémios são “falta de respeito”

Ministro garantiu ainda, no Parlamento, que “não há nenhuma obra suspensa no Ferrovia 2020”.

As críticas do Governo à TAP não são recentes e voltaram esta quarta-feira com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, ao considerar que os prémios atribuídos em época de prejuízos – notícias avançada pelo i em junho – são uma falta de respeito para os restantes trabalhadores da companhia.

“A atribuição de prémios é uma falta de respeito para a esmagadora maioria dos trabalhadores da TAP. Há prémios para trabalhadores de tipo quando a empresa tem quase 10 mil trabalhadores. É inaceitável que a empresa dê prémios quando há mais de 100 milhões de euros de prejuízo. Não é por ter havido prémios no passado que tem de haver prémios no futuro. No passado, não podemos esquecer de que os prémios eram dados a mais de 10 mil trabalhadores”, disse o ministro em audição parlamentar na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

Pedro Nuno Santos mostrou ainda a sua preocupação no caso de o caso se voltar a repetir: “A TAP deu prejuízo no ano passado e pelos vai repetir. Isto é uma matéria que nos preocupa. Vamos contar pelos dedos de uma mão os anos em que a empresa não deu prejuízo. O que me explicam é que uma companhia aérea demora vários anos a dar a volta. Há uma estratégia a ser implementada e que vai dar resultados. Quero acreditar firmemente que a gestão que está a ser feita permitirá, no prazo de anos, fazer o turnaround e dar dinheiro”, confessou o ministro.

Investimento público e ferrovia Entre os vários assuntos abordados, o investimento público foi um deles. Pedro Nuno Santos defendeu que evitar novos atrasos em obras públicas futuras vai depender da garantia de trabalho contínuo para os engenheiros e as empresas de construção. “Se não começarmos já a lançar a elaboração de novos projetos para novas infraestruturas, vamos ter novos problemas”, garantiu Pedro Nuno Santos. “Temos de dar trabalho contínuo às novas empresas. Precisamos de um ritmo contínuo de investimento público”, acrescentou.

A ordem de trabalhos chegou ainda ao programa Ferrovia 2020. O ministro garante que “não há nenhuma obra suspensa do Ferrovia 2020”. Esta foi a resposta do ministro às notícias que davam conta de que existem oito projetos do Ferrovia 2020 parados. “Depois da crise de 2018 voltamos a fazer projetos e precisamos de uma capacidade de resposta que o país já tinha”, garantiu Pedro Nuno Santos. E acrescentou que “a fase do projeto termina toda em 2020 e depois começa a fase de empreitada”.