Lucro da EDP desce 1% para 512 milhões de euros

O conselho de administração irá propor na assembleia anual de acionistas, que se vai realizar a 16 de abril, a distribuição de um dividendo relativo ao exercício de 2019 no valor de 19 cêmtinos por acção.

O mercado norte-americano é uma das prioridades da EDP, onde já investiu mais de 10 mil milhões de euros. A garantia foi dada pelo CEO da elétrica durante a apresentação de resultados referentes a 2019, cujos lucros desceram 1% para os 512 milhões de euros. 

António Mexia está otimista e acredita que o crescimento nos EUA  não deverá ser afetado pela participação que os chineses da China Three Gorges têm no capital da empresa (23,2%). “Achamos que estão criadas as condições para que o crescimento não seja afetado”, acrescentou. Mas deixou uma garantia: “Estamos atentos às nossas obrigações na regulação americana, e penso que temos todas as condições para que o nosso desempenho nesta plataforma prioritária não seja afetado”. 

Esta reação surge depois do secretário norte-americano da Energia, Dan Brouillette, ter revelado que a administração de Donald Trump está preocupada e vai analisar o investimento chinês na EDP pela China Three Gorges, sobretudo na EDP Renováveis. 

Resultados deslizam 

O lucro da EDP desceu 1% para 512 milhões de euros, em 2019. O grupo liderado por António Mexia adianta que o resultado líquido reportado foi impactado por uma provisão de 86 milhões de euros relativa à barragem do Fridão, bem como o reconhecimento de uma imparidade de 297 milhões de euros nas centrais a carvão na Península Ibérica. “Desta forma, as operações convencionais em Portugal registaram um prejuízo líquido de 98 milhões de euros em 2019, penalizadas pela manutenção de um contexto regulatório e fiscal adverso, a que se adicionou em 2019 um volume de produção de energia hídrica anormalmente baixo”, justifica a energética.

Para os prejuízos em Portugal contribuiu também um impacto superior a 221 milhões de novos impostos e taxas sobre o setor da energia, criados partir de 2014.

O conselho de administração irá propor na assembleia anual de acionistas, que se vai realizar a 16 de abril, a distribuição de um dividendo relativo ao exercício de 2019 no valor de 19 cêntimos por ação, “o qual representa um payout de 81% sobre o resultado líquido recorrente”.

No entender de Mexia, “2019 foi um ano de boa performance e boa capacidade de entrega dos compromissos que assumimos no contexto do nosso plano estratégico, apresentado há menos de um ano. Estes resultados só foram possíveis pela aposta nas renováveis há mais de uma década e pela internacionalização da companhia, que teve passos significativos em 2019”, acrescentando que a empresa registou “resultados negativos em Portugal pelo segundo ano consecutivo”.

Também esta quinta-feira, a EDP Renováveis apresentou lucros de 475 milhões de euros em 2019, um aumento de 52% em relação a 2018. A empresa destaca que no final de 2019 tinha um portfólio de ativos operacionais de 11,4 GW (gigawatt), tendo construído ao longo do ano 888 MW (megawatt) de energia eólica e solar, dos quais 169 MW na Europa e 720 MW nos EUA (Estados Unidos).

O EBITDA (lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) totalizou 1.648 milhões de euros (mais 27% do que em 2018).