Vitalino Canas e Clemente Lima chumbados para Tribunal Constitucional

A escolha do PS gerou polémica devido à ligação que Vitalino Canas teve com o mundo dos negócios.

O Parlamento chumbou, esta sexta-feira, as escolhas do Partido Socialista (PS) para o Tribunal Constitucional (TC). Nem Vitalino Canas nem António Clemente Lima conseguiram a maioria de dois terços dos votos necessária.

A votação chegou a ser suspensa durante 15 minutos, segundo a agência Lusa. Ferro Rodrigues teve que suspendê-la devido a uma incorreção nos boletins de voto, que apresentava os dois nomes com quadrados à frente, quando a lei do TC determina que “ "cada deputado assinala com uma cruz o quadrado correspondente à lista de candidatura em que vota, não podendo votar em mais de uma lista, sob pena de inutilização do respetivo boletim”.

Entre os 219 votos, 93 foram contra, 96 a favor e 30 votos foram nulos, o que resultou no chumbo dos dois nomes.

A escolha de Vitalino Canas gerou alguma polémica, devido às ligações anteriores com o mundo empresarial. Mas as críticas não vieram apenas do PSD, que garantiu não estar confortável com a escolha e do bloco de Esquerda, que anunciou que iria votar contra.

Dentro do próprio partido houve também algumas pessoas que consideraram que o nome de Vitalino Canas não seria a melhor escolha para o lugar. À Sábado, o histórico do PS Manuel Alegre afirmou que este era um “salto demasiado brusco”. Garantindo que tinha “todo o respeito” pelo ex-porta-voz do Governo de Sócrates, Manuel Alegre confessou estar surpreendido com a escolha. "Não me parece que tenha um perfil adequado. Não é nada de pessoal. Sei que teve uma carreira académica. Mas de há muito tempo para cá mais ligado à atividade política e empresarial", acrescentou, lamentando que o PS não tenha negociado a substituição dos juízes Cláudio Monteiro e Clara Sottomayor com o Bloco de Esquerda e com o PCP.

Também Ana Gomes é da opinião de que o perfil do ex-deputado do PS não é o ideal para o tribunal Constitucional. A socialista notou ainda, à mesma publicação, que "é muito estranho que a proposta para o Tribunal Constitucional implique uma redução do número de mulheres".

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