Governo apela a portugueses na Guiné-Bissau que restrinjam circulação

Está em curso um golpe de Estado na Guiné-Bissau liderado por Embaló.

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, apelou, esta sexta-feira, a todos os portugueses residentes na Guiné-Bissau para restringirem "a circulação ao estritamente necessário", depois de Umaro Sissoco Embaló, que tomou posse como Presidente guineense esta quinta-feira, demitir o Governo.

"O apelo é para que mantenham a tranquilidade e a calma, mas que restrinjam a circulação ao estritamente necessário, até que a situação se encontre totalmente clarificada, pedindo também que, em qualquer caso de urgência, contactem os serviços da embaixada de Portugal na Guiné-Bissau", disse o governante português em declarações à agência Lusa.

De acordo com dados do Governo português, citados pela mesma agência noticiosa, vivem cerca de 2.500 portugueses na Guiné-Bissau.

Augusto Santos Silva defendeu ainda a necessidade de se evitar “qualquer confrontação e quaisquer atos de violência" na Guiné-Bissau” e realçou que “todas as questões podem ser resolvidas por meios pacíficos e muito poucas questões são resolvidas por meios violentos".

O ministro foi ainda questionado sobre se Portugal reconhece Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República guineense, mas Santos Silva referiu que ainda não se queria pronunciar "sobre esse ponto".

Recorde-se que Umaro Sissoco Embaló tomou posse como Presidente guineense esta quinta-feira, apesar de ainda estar a ser apurado se houve fraude ou não nas eleições presidenciais de 29 de dezembro, e demitiu, esta sexta-feria, Aristides Gomes do cargo de primeiro-ministro e nomeou Nuno Nabian para o substituir num decreto presidencial divulgado à imprensa.

"É exonerado o primeiro-ministro, Aristides Gomes", lê-se num decreto de Embaló, que formalizou um "golpe de Estado", segundo o Governo.

Após estas decisões, registaram-se movimentações militares, nomeadamente na rádio e na televisão públicas.

Recorde-se que Embaló dá pela alcunha de "general do povo" entre os seus apoiantes – o antigo militar já se mostrou disposto anteriormente a uma sublevação armada. "Se for necessário vamos à guerra para que haja paz", declarou, no início do mês.

{relacionados}