Impasse no CES e na escolha de juízes no Constitucional

Correia de Campos remete-se ao silêncio e Vitalino Canas está a avaliar novo teste: “Não sou pessoa de me impor”.

O chumbo, no Parlamento, de dois nomes para o Tribunal Constitucional e para a liderança do Conselho Económico e Social, deixou tudo em aberto. O presidente do CES, Correia de Campos, remete-se ao silêncio sobre o seu futuro (após um contacto do i), e não é claro que o ex-deputado Vitalino Canas (PS) queira manter-se na corrida para uma das duas vagas no Tribunal Constitucional.

A direção da bancada do PS foi surpreendida no passado dia 28, com o chumbo de todos os nomes, incluindo no próprio grupo parlamentar socialista, e Vitalino Canas reconheceu, em entrevista à RTP3, o estigma de ter sido porta-voz dos socialistas durante a liderança de José Sócrates do partido. “Objetivamente que tem sido”, afirmou o ex-parlamentar, quando questionado se esse facto pesava contra a sua candidatura. Para o efeito, Vitalino Canas lembrou, até, uma fotografia em casa de José Sócrates, já depois do processo da Operação Marquês estar a decorrer.  O ex-deputado lembra que a foto “tem surgido”, mas nem sequer tem a fotografia.

Confrontado se estaria disposto a manter-se na corrida para juiz do Tribunal Constitucional, Vitalino Canas admitiu a hipótese, mas com muitas condicionantes. “Acho que vai depender de várias circunstâncias. (…)Não sou pessoa de desistir facilmente, mas também não gosto de me impor”.  Ou seja, submeter-se, novamente, a votos obriga a uma “análise” prévia.

De facto, no PS, Vitalino Canas não teve todos os votos a favor, da mesma forma que, no PSD, houve alguns votos favoráveis. Porém, como, nestas eleições o voto é secreto, ninguém tem certezas sobre o seu desfecho. E no PS não há, aparentemente, um plano B, porque cabe aos visados dizerem se querem voltar a concorrer.