Ministério Público pede condenação de Luís Pina por atropelamento mortal junto ao Estádio da Luz

Arguido é acusado do homicídio do adepto italiano Marco Ficini.

O Ministério Público pediu ontem a condenação de Luís Pina pelos crimes de homicídio, omissão de auxilio e ofensas à integridade física. Em causa está o atropelamento mortal do adepto italiano Marco Ficini junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, em abril de 2017, antes de um jogo entre o Benfica e o Sporting.

Aos restantes 21 arguidos, acusados de participação em rixa, dano com violência e omissão de auxílio, a procuradora do Ministério Público Leonor Machado deixou cair todas as acusações, pedindo a sua absolvição. “As imagens não permitem estabelecer sem margens para dúvidas que seriam eles”, disse Leonor Machado na quarta sessão de julgamento, acrescentando que “nas imagens não se vê reciprocidade de ataques, veem-se correrias, algumas pedras, mas não há reciprocidade”.

Em relação a Luís Pina, a procuradora referiu que “quer a versão dos arguidos que conduziam o BMW, quer a versão de Luís Pina, não retira o homicídio por parte de Pina”.

Também ontem, em tribunal, Luís Pina explicou a sua versão dos factos ao coletivo de juízes e disse não ter percebido que tinha atropelado uma pessoa: “Entrei no carro, no momento em que acelerei sinto que passei em cima de alguma coisa – fez tumtumtum – e bato num carro cinzento que ia à minha frente”. O principal arguido no processo disse ainda que tinha ido ao estádio, durante a madrugada, levantar os bilhetes para o jogo e que o seu carro foi atacado com pedras e instrumentos de ferro. “Só me apercebi que estava muita gente já na rotunda. Foi lá que apareceram à frente do carro, tentei assustá-los, guinei, mas numa questão de segundos aconteceu a fatalidade”, disse Luís Pina.