EUA realizam primeiro ataque aéreo contra os talibã após acordo de paz

Primeiro ataque de Washington contra os talibã em 11 dias e ocorreu poucas horas depoi de Trump ter falado com o líder do grupo terrorista. 

Os Estados Unidos realizaram um ataque aéreo contra os combatentes talibã, esta quarta-feira, no sul do Afeganistão, poucas horas depois de Donald Trump ter estado ao telefone com um dos líderes do grupo terrorista.

“Os EUA realizaram um ataque aéreo no dia 4 de março contra os combatentes talibã em Nahr-e Saraj, Helmand, que estavam muito ativos contra um posto de segurança ANDSF [Forças de Segurança e Defesa Afegãs]”, disse o coronel Sonny Legget num tweet, acrescentando que se tratou de um “ataque defensivo”.

Foi o primeiro ataque das forças americanas contra o grupo terrorista em 11 dias, declarou Legget, e durou cerca de duas horas, segundo o Washington Post. Hora antes, ainda terça-feira, o Presidente dos EUA tinha falado com Abdul Ghani Baradar, dias depois da assinatura do acordo de paz entre as duas partes. Trump, depois da conversa, disse que esta tinha sido “boa” e que ambos tinham concordado num ponto: no “não [à] violência, não queremos violência”, disse. 

Mas, só desde sábado, dia em que foi firmado o acordo, os talibã realizaram 76 ataques, em 24 províncias diferentes, contra as forças de segurança afegãs, segundo um porta-voz do conselho de segurança nacional do Afeganistão. Nas últimas 24 horas, o grupo terrorista realizou 30 atentados que mataram quatro civis, 11 membros das forças de segurança do Afeganistão, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi. 

Suhali Shaheen, um porta-voz talibã, disse depois dos ataques de Washington que o “grupo estava comprometido a agir de acordo com todas as partes do acordo para controlar a intensidade da guerra”. E acrescentou: “O lado oposto também deve remover os obstáculos do acordo para abrir caminho para a paz completa”.

A diminuição da intensidade da violência foi uma condição essencial para a assinatura do acordo de paz (sem especificidades), embora as forças norte-americanas tenham reservado o direito de agir em sua defesa e dos aliados.