Sudão. Primeiro-ministro sai ileso de tentativa de assassínio

A escolta de Abdalá Hamdok foi alvo de um atentado à bomba e tiros em Cartum.

O primeiro-ministro sudanês, Abdalá Hamdok, estava prestes a cruzar a ponte Kober quando um carro bomba explodiu na passagem da sua escolta, que também foi atacada com tiros. Os factos aconteceram na passada segunda-feira, e o próprio Hamdok confirmou depois na sua conta de Twitter que está “seguro e em boa forma”. Também, disse que “o que aconteceu não dificultará a transição”, e descreveu o ataque como “um impulso adicional para a mudança no Sudão”.

No entanto, o ataque mostrou a fragilidade da transição sudanesa, que começou há quase um ano, quando os protestos de cidadãos em favor da democracia forçaram os militares a depor o antigo Presidente, Omar al-Bashir, que teve que renunciar após 30 anos no poder.

Hamdok, que foi economista na ONU, assumiu no passado agosto o cargo de primeiro-ministro do Governo de transição de Sudão, que tem como objetivo acabar com a tensão entre civis e militares e construir um futuro democrático no país. Contudo, os generais do Sudão continuam a governar de facto o país, e parecem mostrar pouca vontade de entregar o poder aos civis.

As reações ao ataque das autoridades internacionais não demoraram a chegar. Josep Borrell, representante da Política Externa da UE, mostrou-se “chocado” no Twitter com a notícia e afirmou que “a UE continuará a apoiar o Sudão na transição”.

 A embaixada de Estados Unidos em Cartum mostrou também o apoio ao governo de transição do país. “Mantemos a nossa solidariedade com os sudaneses” publicaram em Twitter.

Ahmed Abdun, governador de Cartum, afirmou na rádio sudanesa que já há suspeitos presos pelo ataque.

Um ataque que, apesar de não ter sido totalmente esclarecido, segundo o governo sudanês, resultou em apenas um ferido. Trata-se de um dos guarda-costas de Hamdok, que sofreu uma pequena ferida no ombro após de cair da moto.