Associação denuncia que funcionários das urgências não têm material de proteção

 “Perante esta situação, que já vem da China desde o mês de dezembro, se nos tivéssemos acautelado não estaríamos com esta situação agora”, considerou o presidente da Associação Sindical de Pessoal Administrativo da Saúde.

Associação denuncia que funcionários das urgências não têm material de proteção

A Associação Sindical de Pessoal Administrativo da Saúde (ASPAS) denunciou, esta sexta-feira, que os funcionários que atendem o público nas urgências dos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e Amadora-Sintra não estão a receber máscaras e luvas.

"Todos estes profissionais deveriam estar, nesta altura, a trabalhar com máscaras e luvas", disse o presidente da ASPAS, Luís Grabulho, em declarações à agência Lusa, acrescentando ainda que foi enviado um comunicado aos associados para que sejam reportadas todas as situações, de forma a que essas informação seja comunicada ao Ministério da Saúde.

"Não é altura de atacarmos responsabilidades. É altura de nos unirmos, para todos juntos, tentarmos resolver o problema", acrescentou, criticando, no entanto, a falta de reserva de material de proteção nos estabelecimentos de saúde.

"Se os hospitais não fizeram 'stock', agora não conseguem comprar máscaras no mercado e têm de decidir quem as utiliza", lamentou. "Perante esta situação, que já vem da China desde o mês de dezembro, se nos tivéssemos acautelado não estaríamos com esta situação agora", considerou.

Também a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) diz que tem recebido vários relatos de insuficiência de equipamentos de proteção básicos para controlo de infeção e de ausência de stocks adequados, para enfrentar um eventual aumento exponencial de casos de infeção por coronavírus e aconselha os médicos a exigir os equipamentos de proteção recomendados. 

"Caso estes não estejam disponíveis, os médicos devem optar por interromper a sua atividade, reportando imediatamente a falha aos superiores hierárquicos e sindicatos. Só estando garantida a segurança do profissional médico é que este pode retomar a sua atividade. Na fase em que nos encontramos, o atendimento de toda a infeção respiratória deve exigir máscara cirúrgica para colocar ao doente e material de higienização", refere a FNAM em comunicado.

"A segurança do profissional é fundamental, para a sua própria preservação, para manter a força de trabalho médica necessária para enfrentar um eventual aumento de casos e para prevenir que os profissionais médicos sejam fonte de transmissão para os restantes profissionais de saúde e doentes", remata.