França foi a votos no meio de uma pandemia

Estas eleições locais são vistas como teste ao Presidente Macron, depois dos muitos protestos contra si. A expetativa sempre foi que corressem mal a Macron, que agora pode apontar o dedo à abstenção.  

O Governo francês respondeu ao alastrar do Covid-19 com a paralisação parcial do país, fechando todos os serviços não essenciais, como cafés, cinemas e restaurantes, reduzindo os transportes públicos e desaconselhando viagens desnecessárias – ao mesmo tempo que apelou a 47,7 milhões de eleitores que participem na primeira ronda eleições locais, este domingo.

No sábado, soube-se que o número de casos de coronavírus em França duplicaram em 72 horas – o número de casos ia em cerca de 5400 no domingo, com 120 mortes -, mas Executivo de Emmanuel Macron recusou adiar as eleições. Serão escolhidos os presidentes de Câmara de cerca de 35 mil cidades, numas eleições vista como um teste essencial a Macron, depois dos protestos dos coletes amarelos e da forte oposição à sua reforma do sistema de pensões.

Antes da pandemia, a expetativa era de fracos resultados do partido de Macron, o Em Marcha, mas agora o Presidente pode apontar o dedo à falta de participação devido ao Covid-19 – estima-se a taxa de abstenção tenha sido de até 56%, quando em 2015 foi 51,1%. “Macron diz-nos para ficar em casa para nossa segurança e depois diz-nos que é ok votar. Não faz sentido. Não vou votar”, declarou uma eleitora de 75 anos à Reuters.