Serviços. Um país a meio gás pela segurança de todos

Instituições bancárias, correios, operadoras, gasolineiras e seguradoras são alguns dos serviços que estão a aplicar várias medidas com o principal objetivo de proteger trabalhadores e clientes da propagação da Covid-19.

O aumento de casos positivos da Covid-19 em Portugal está a deixar o país em alerta e a necessidade de criar medidas de mitigação é cada vez maior para a segurança de todos os cidadãos, sejam eles trabalhadores ou clientes. Em todo o país são vários os serviços de diversas áreas – banca, telecomunicações, gasolineiras, seguradoras, entre outros – que já estão a aplicar essas medidas, que vão funcionar por tempo indeterminado, consoante as indicações do Governo e a propagação do vírus.

Banca Depois do Santander e do BPI, que anunciaram funcionamento à porta fechada ou atendimento presencial “em caso de necessidade absoluta”, também o Montepio e o EuroBic anunciaram os seus planos de mitigação para o novo coronavírus. Assim, os balcões do banco liderado por Pedro Leitão vão passar a funcionar em regime de abertura condicionada, mantendo as portas fechadas. Esta é uma das principais medidas anunciadas pelo Banco Montepio, para prevenção e contenção do contágio do Covid-19. 

Mas as medidas não ficam por aqui. O banco explica que os clientes devem esperar pela sua vez no exterior do balcão, mantendo ainda a distância de segurança para o cliente da frente. Além disso, o banco só atende clientes consoante o número de colaboradores ao serviço – ou seja, um colaborador, um cliente – e os clientes não devem permanecer muito tempo ao balcão. 

Também o EuroBic está a funcionar desde ontem em regime de porta fechada. Além de apenas atender pessoalmente os clientes que, durante o horário normal, toquem à porta da agência, o EuroBic garante que só vai deixar entrar clientes com necessidades financeiras urgentes que não possam ser resolvidas por outra alternativa. Tal como acontece nas agências do Montepio, o EuroBic também só vai aceitar um cliente por cada colaborador disponível e não vão ser autorizadas entradas de clientes com máscaras ou qualquer outra proteção “que implique ou dificulte o reconhecimento facial”.

Sob o mote “não vá ao banco, fique em casa”, também o BBVA vai restringir o número de clientes e as entradas nos balcões. Além dessas medidas, e para reforçar a utilização de canais digitais, o banco isenta, por tempo indeterminado, a realização de transferências e ordenados, serviços essenciais para particulares e empresas.
O caso mais alarmista pertence à Caixa Geral de Depósitos (CGD), que já terá dois casos de infeção por Covid-19 entre os trabalhadores, um no Porto, outro em Lisboa. Nesse sentido, a comissão de trabalhadores do banco admite propor à administração o encerramento da sede do banco em Lisboa.
Relativamente às medidas de contingência, a Caixa está, como os outros bancos, a condicionar o atendimento ao público.

Também o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) se pronunciou sobre as medidas necessárias para o combate à pandemia, devido ao seu impacto para a banca e trabalhadores. Nesse sentido, o sindicato dos bancários deixa várias recomendações que considera importantes, para que as instituições bancárias as levem a cabo. Colocar em teletrabalho todos os trabalhadores que possuam condições tecnológicas e funcionais para executar trabalho remoto, criar condições para que num período muito curto de tempo seja possível que a larga maioria dos trabalhadores bancários possam estar em regime de teletrabalho, incentivar os clientes a fazerem contactos por telemóvel ou email em vez de se deslocarem aos balcões e fornecer meios de proteção aos trabalhadores que tenham de fazer o atendimento presencial são algumas das sugestões.

CTT Também os Correios anunciaram medidas de mitigação: vão encerrar 18 estações, reduzir o horário de funcionamento em lojas e realizar atendimento à porta fechada nas lojas próprias.

Como já vários serviços têm feito nos últimos dias, os CTT vão implementar o atendimento à porta fechada “de forma a minimizar a permanência de clientes em loja e para garantir o distanciamento entre cada cliente”. Isto significa que apenas poderão permanecer dentro da loja os clientes que estiverem a ser atendidos. “A fila de espera será efetuada à porta da loja, garantindo que os clientes em espera o façam num local arejado e que mantenham a distância mínima sugerida”, explicam os Correios.

Outra das mudanças necessárias implementadas pelos CTT diz respeito aos horários. Assim, todas as lojas que continuarem em funcionamento terão um período de almoço das 12h30 às 14h30. O objetivo é que a limpeza dos espaços seja efetuada de forma mais profunda. No entanto, os CTT garantem que os horários das lojas estarão em permanente atualização no seu site.

Além de os trabalhadores terem a possibilidade de usar máscara, luvas e gel desinfetante no atendimento aos clientes, as lojas terão uma fita colorida sinalizadora no chão para que os clientes mantenham a distância de segurança.
Buarcos, Boavista, Cesar, Espargo, Travessa (São João da Madeira), Arcozelo (Vila Nova de Gaia), Mesão Frio, São Pedro da Cova (Gondomar), Vila Nova de Foz Côa, Cantarias (Bragança), Santa Tecla (Braga), Caxinas (Vila do Conde), Parque (Matosinhos), Praia (Póvoa de Varzim), Gil Eanes (Portimão), Olhos de Água, Sines e Santo António dos Cavaleiros serão as lojas CTT encerradas.

Gasolineiras Abastecer o carro é essencial. para quem não pode fazer teletrabalho E sendo locais onde passam muitas pessoas por dia, também as gasolineiras preparam medidas especiais para combater a Covid-19. Um dos exemplos é a Cepsa, que está neste momento a atender todos os clientes em Portugal e Espanha através da modalidade de self-service. Além disso, a Cepsa tomou outras medidas como a venda de produtos de loja através de “passa-valores” e o fecho das casas de banho exteriores das suas estações de serviço. As medidas estarão em vigor por pelo menos duas semanas.
Seguradoras Também a Fidelidade suspendeu os atendimentos presenciais em todo o país. No entanto, a seguradora garante que as lojas e agências vão continuar a sua atividade internamente, atendendo os clientes por via telefónica ou por email, “até que a situação se encontre normalizada”.

Operadoras Face à pandemia, a operadora Nos anunciou o encerramento de todos os seus cinemas no país, medida aplicada “pelo tempo que se justificar”. Já no que diz respeito às lojas físicas, a Nos garante ter medidas de prevenção, como a distância mínima obrigatória e as medidas de higiene necessárias tanto para clientes como para trabalhadores.
Já a Meo, além do plano de contingência adotado para os trabalhadores da empresa, pede também aos clientes que privilegiem o canal digital. Estas duas operadoras e ainda a Vodafone têm vários trabalhadores em regime de teletrabalho.