Centeno abre portas a Orçamento Retificativo: “não vivemos tempos normais”

Ministro das Finanças recorreu às palavras do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi: “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance e que for necessário para fazer face a esta pandemia”.

Centeno abre portas a Orçamento Retificativo: “não vivemos tempos normais”

O ministro das Finanças deixou em aberto a hipótese do Governo ter de avançar com um Orçamento Retificativo. Não estamos em tempos normais, não estamos em tempo de poder pôr em causa aquilo que é a execução destas medidas e de outras que venham a ser necessárias — os orçamentos retificativos sempre mesmo para isso”, revelou esta quarta-feira, Mário Centeno, numa conferência em conjunto com o Ministro da Economia.

E deu como exemplo as medidas que foram agora anunciadas: 5200 milhões de euros em estímulos do lado fiscal e cerca de mil milhões de euros do lado contributivo. A este valor há que acrescentar a linha de crédito de três mil milhões para as empresas.

Feitas as contas, este conjunto de medidas representa um esforço de aumento da liquidez imediata das empresas e dos trabalhadores independentes de 9200 milhões de euros. “Face ao segundo trimestre de 2020, representa um esforço de aumento da liquidez de 17% do PIB trimestral. É um esforço de partilha das dificuldades que encontramos neste período difícil”, admitiu Centeno.

Mas deixou uma garantia: “Vamos num contexto de enorme incerteza, tentar aclarar essa incerteza conforme os acontecimentos se desenvolverem e reagir. Estaremos disponíveis para considerar extensões desta estratégia conforme formos acompanhando esta situação”, lembrando que não estamos a falar de uma crise estrutural.

E recorreu às palavras do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi: “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance e que for necessário para fazer face a esta pandemia”.

Mário Centeno aproveitou ainda para deixar um apelo a todos os portugueses para, em conjunto, enfrentar esta crise.  

“Não podemos fugir deste desafio, quem se esconder e pretender fugir não está a contribuir para o superar aquilo que é nossa matriz e raiz civilizacional. Todos com a enorme responsabilidade. Temos de reagir neste contexto, seguindo as indicações das autoridades sanitárias, mas usando o mais possível as medidas anunciadas. Todos temos de dizer presentes. É uma mensagem de confiança e até de esperança que quero transmitir, para que todos possamos ultrapassar este momento difícil e que não resulta de decisões que tomadas no passado”.

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