Álvaro Covões não desiste do NOS Alive. Nick Cave, Yes e Bon Iver adiados

O criador do festival explicou as razões que o levam a não cancelar já o festival lisboeta.

Coachella, Bonnaroo e Glastonbury. Três dos maiores festivais do mundo, os dois primeiros acontecem nos Estados Unidos da América, o terceiro em Inglaterra. Para lá da música, agora têm mais algo em comum: foram cancelados para evitar a propagação do coronavírus.

Já em Portugal, o NOS Alive, festival de música que acontece em Oeiras, em Lisboa, continua de pé. “Faltam 111 dias para o festival começar, portanto, da mesma forma que a UEFA para que os jogos possam retomar no início de junho, nós também continuamos a trabalhar nesse sentido”, disse ao i Álvaro Covões, diretor geral da Everything is New, promotora do evento, e criador do festival. “Todos temos que acreditar que vamos voltar à normalidade. Não podemos é parar tudo e dizer, este ano vamos todos de férias.”

Sempre com um tom otimista, Covões espera que até 8 de julho, dia para o qual está marcado o começo do festival, o vírus esteja controlado. “O nosso setor foi o primeiro a acatar as recomendações da DGS para que não acontecessem espetáculos. Não há nenhuma recomendação para fechar o país durante seis meses”, disse. “Os prazos tem variados entre 9 e 13 de abril e estamos a falar de um evento que vai acontecer em julho. Irresponsabilidade seria parar a atividade económica e o nosso festival é uma importante atividade económica que gera um impacto económico de 50 milhões”.
Álvaro Covões garantiu que ainda não foi contactado por nenhum artista de forma a cancelar as suas atuações. De relembrar que no cartaz figuram artistas como Kendrick Lamar, Taylor Swift, Billie Eilish e o regresso dos portugueses Da Weasel .

Quando questionado se faria sentido cancelar o seu festival como aconteceu com o Glastonbury, o diretor geral não considera os dois casos comparáveis. “Glastonbury, justificou essa decisão, eles recebem uma massa humana de gente onde as pessoas têm que ir acampar, não é o nosso caso. Eles tinham que começar a construir agora e não estavam em condições para por equipas no terreno. É necessário ver o aspeto económico, montar tudo agora para depois não acontecer.

Já em relação aos outros concertos agendados sobre a chancela da Everything is New, que é o caso de Nick Cave (19 de abril), Bon Iver (15 de abril), ambos na Altice Arena, em Lisboa, e Yes (24 de abril), no Campo Pequeno, também em Lisboa, serão adiados. "É o que faz sentido. Aliás, adiar não é cancelar. Mas, quer dizer, não há outra forma”, tinha explicado já esta semana ao Blitz.

Até ao momento, nenhum dos promotores responsáveis pelos restantes grandes festivais de verão em Portugal se pronunciou sobre a continuidade dos eventos. Já cancelados estão o MIL e o Tremor, na ilha de São Miguel, nos Açores. O Westway Lab, em Guimarães, foi alterado para os dias 14 a 17 de outubro e o ID No Limits, no Estoril, reagendado para os dias 13 e 14 de novembro.